Comunistas se solidarizam com sem-teto em São Paulo

O desabamento de um prédio no Centro de São Paulo, na madrugada do dia 1° de maio, deixou 149 famílias desabrigadas. Descaso dos governos federal e da capital paulista com déficit habitacional é denunciado por parlamentares do PCdoB na Câmara.

Por Iberê Lopes*

Incêndio SP - Rovena Rosa/Agência Brasil

Uma mulher e os filhos gêmeos dela são procurados, além do morador que caiu quando era resgatado do edifício Wilton Paes de Almeida, que pegou fogo e desabou no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo. Cadastrados pela prefeitura, 49 moradores do edifício ainda não foram localizados.

Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), a tragédia escancara a defasagem de políticas públicas, por isso que exclui cada vez mais famílias e gera o drama de moradias e ocupações precárias na capital paulista. “Quem ocupa um prédio, o faz pelo sonho de ter um lugar digno para morar. Ocupa porque o poder público não garante o direito constitucional da moradia”, afirmou.

O candidato ao governo de São Paulo, ex-prefeito João Dória (PSDB-SP), afirmou nas redes sociais que o prédio, de propriedade da União, foi invadido “por uma facção criminosa”. A fala se somou aos discursos em plenário, na noite desta quarta-feira (2), quando parlamentares governistas acusaram os ocupantes pelo incêndio.

Orlando Silva respondeu de forma enérgica, que a Bancada Comunista não aceitará provocações “que tentam criminalizar os movimentos que lutam por moradia”. “Seremos ainda mais solidários, estimulando mais ações, mais ocupação e mais luta para garantir o sagrado direito à moradia”, disse o deputado.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também se solidarizou com as famílias atingidas pelo incêndio. Para a parlamentar, há um déficit habitacional crescente que se agrava com a grave crise econômica no país. “Agora se acumula com o aumento do desemprego, com a carestia, com o Brasil voltando para o mapa da fome, também a moradia volta a ser um problema grave”, denunciou.

Até o momento não foi oferecida uma opção de moradia para as pessoas que ficaram sem teto. São 372 sem-teto atingidos pelo desabamento do prédio, segundo o serviço de Assistência Social da Prefeitura de São Paulo. Os bombeiros ainda buscam quatro pessoas que estão desaparecidas.

As autoridades acenaram apenas com a possibilidade de recebimento do auxílio aluguel e inserção das pessoas na fila de programas habitacionais.