Movimento contra aumentos dos combustíveis faz debate no Recife 

“A política de preços da Petrobras e seus efeitos nocivos” será tema de debate nesta quinta-feira (7), no Recife. O evento é promovido por entidades do movimento social, sindical e estudantil de Pernambuco e outras instituições e terá como principal palestrante o ex-presidente da ANP – Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima. O encontro acontece a partir das 17h, no auditório Sérgio Guerra, da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe).  

Haroldo Lima

A atividade integra a pauta de mobilizações da sociedade civil, em âmbito nacional, contra os aumentos abusivos dos preços do gás e dos combustíveis que vêm sendo praticados pela Petrobras em todo o Brasil, que resultaram na paralisação de milhares de caminhoneiros por cerca de dez dias, com graves repercussões no abastecimento, na mobilidade e na economia do país.

Em Manifesto divulgado nesta terça-feira (5), as entidades classistas e instituições que o subscrevem apontam a atual política de preços da estatal que as altas constantes no preço dos combustíveis são “o mais novo fracasso do governo ilegítimo de Temer apoiadas pelo consórcio golpista que assaltou o poder em 2016”.

O texto chama atenção ainda para o fato de que, com a implementação da “nova política de preços da Petrobras”, o valor do diesel foi reajustado 121 vezes, uma ‘onda’ de aumentos que não poupou também a gasolina e o gás de cozinha, com o preço do botijão saltando de R$ 50,00 em maio de 2016 para mais de R$ 100,00 atualmente.

“As consequências são trágicas e quem paga o preço é o povo, especialmente os mais pobres”, advertem os subscritores do documento. Eles destacam que, nesse período, segundo o IBGE, mais de 1,2 milhão de famílias passaram a usar lenha para cozinhar, o mercado de combustíveis se desorganizou com a imprevisibilidade e o dia a dia da sociedade se transformou em pesadelo.

Brasil à deriva”

O documento deixa claro que a atual política de preços da Petrobras está a serviço dos grandes acionistas privados, que buscam a elevação do valor de mercado da estatal para aumentar seus lucros particulares em detrimento do abastecimento de combustíveis a preços razoáveis, função principal da empresa. “Para isso, o governo Temer fragiliza a Petrobras aumentando desnecessariamente a importação de combustíveis e reduzindo a produção das refinarias nacionais, deixando os preços instáveis e dolarizados com o aumento da exportação do óleo cru e a elevação da importação de seus derivados”, denunciam.

“Os resultados dessa política desastrada e criminosa do consórcio golpista colocaram o Brasil à deriva e a beira de um colapso de graves consequências sociais, econômicas e políticas, a exemplo do ocorrido durante o justo movimento dos caminhoneiros contra o preço do óleo diesel”, afirmam.

Por eleições livres e democráticas

Ainda no manifesto, os movimentos sociais, sindicais e estudantis de Pernambuco, saúdam a queda do ministro do “Apagão de FHC”, Pedro Parente e exigem a revogação da atual política de preços da Petrobrás e o fim da entrega do pré-sal às multinacionais e defendem a retomada nos investimentos no setor de óleo e gás e a ampliação da capacidade de refino dos derivados do petróleo, em especial a conclusão da Refinaria Abreu e Lima, em Suape. Também reafirmam a necessidade de fortalecimento da democracia, com a libertação do ex-presidente Lula, e a garantia da realização de eleições livres e democráticas em outubro de 2018 onde o povo possa escolher seus candidatos e programas de governo.

Movimento plural

Além da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), subscrevem o documento a União Nacional dos Estudantes (UNE); União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES); União da Juventude Socialista (UJS); Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG); União de Negros pela Igualdade (Unegro); Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam); União Brasileira de Mulheres (UBM).

Também assinam o manifesto a União Nacional LGBT (UnaLGBT); Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz); Fundação Maurício Grabois; Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé; Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf); Universidade de Pernambuco (UEP) e União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes).

Do Recife, Audicéa Rodrigues