O legado da Copa! – Por Guilherme Travassos 

A Copa do Mundo de Futebol Masculino da FIFA é sem dúvida o maior evento esportivo do planeta, mobilizando povos mundo afora. É bem verdade também que esta mesma Copa do Mundo é um enorme jogo político realizado entre a FIFA, o braço esportivo e cultural do imperialismo e governos e empresários corruptos e liberais dos países-sede da mesma.

Por Guilherme Travassos*

brasil guilherme - Divulgação

É verdade também dizer que em países subdesenvolvidos a FIFA entra fazendo o que bem entende, mudando leis e lucrando a todo custo.

Mesmo tudo isso não sendo segredo para ninguém, o evento tem um valor ímpar na vida dos trabalhadores de quase todo o mundo, fazendo com que o futebol não se afaste de vez do seu papel social e integrador que outrora cumpria.
 
Aqui no Brasil, um país arrasado com um golpe, desapegado de seus símbolos nacionais, vivendo uma enorme crise, com um futebol ladeira abaixo nas mãos de uma federação destroçada pela corrupção e articulação política feita com empresários, isso sem falar no 7 x 1, a Copa demorou a pegar. Mas não teve jeito! O Brasil parou para apoiar os 23 escolhidos por Tite para representar nosso povo. O trabalho desempenhado por Tite trouxe o olhar do povo para nossa seleção novamente, as ruas aos poucos se enfeitaram e os bares se encheram para ver o Brasil em campo.
 
Em meio a Copa, o desempenho da torcida brasileira foi um marco histórico. É bem verdade que o evento é extremamente elitista, atinge a classe média e tem estádios nos moldes de arenas excludentes e proibições das culturas populares como bandeiras de mastro e pirotecnia. Mas mesmo com tudo isso, pela primeira vez a torcida brasileira foi um destaque positivo não só em copas diria, mas em todas as competições de futebol profissional.

Além é claro de não terem sidos tolerados atos machistas cometidos por torcedores na Rússia, frutos de um futebol ainda muito machista assim como a sociedade e da própria elitização proposta pela organização do evento. Sobre isso, podemos analisar que a elitização do futebol, o padrão FIFA de se torcer, não atende nem ao menos a classe média que escolheu torcer, cantar e fazer festa como o povo brasileiro tanto gosta de fazer. Se na Copa ou nos estádios brasileiros temos uma repressão cultural, podemos dizer que tem muita resistência característica da nossa gente ainda.
 

O apoio à seleção, o emocionante hino nacional cantado a plenos pulmões quebrando o protocolo higienista da FIFA, a linha acertada dos setores progressistas da política brasileira de apoiarem nossos jogadores, são lições que devemos carregar. O diálogo e a empatia com o povo aumentou, a alegria das pessoas também, o apreço pelos símbolos nacionais também.
 
Que possamos nos unir mais, precisamos apoiar a seleção feminina de futebol no mundial da França ano que vem, precisamos disputar ideologicamente a CBF, mostrar que a Copa do Mundo é do povo e principalmente que somos completamente apaixonados pelo nosso amado Brasil. Que em cada rua de periferia possamos ver o verde e amarelo acompanhado de sorrisos e samba.

Que o nosso povo volte a ser feliz, com muita união e dedicação como vimos nesta copa. 

Somente esta união e luta do povo brasileiro irá fazer com que o Brasil volte a ser gigante, no futebol e na política. Não podemos desistir do Brasil!