Enio Pontes: A Política como ferramenta de transformação social
“Fiquei muito à vontade para aceitar o convite que me foi feito para integrar o PCdoB porque é um partido que reflete em muito a minha percepção de como fazer uma política voltada para os interesses da maioria, com uma visão nacionalista que privilegia a classe trabalhadora, a produção nacional e a defesa das nossas riquezas naturais e da nossa ciência e tecnologia”.
Por Enio Pontes*
Publicado 24/07/2018 10:19 | Editado 04/03/2020 16:22

Uma das atividades mais importantes, senão a mais importante, desenvolvida pelos seres humanos enquanto seres sociais é, sem dúvida, a atividade política. A política entendida aqui na sua mais ampla significação, chamada pelo senso comum de política com “P” maiúsculo.
O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C), na sua concepção de Política, distanciou-se do mestre Platão, quando discordou da utopia defendida pelo mestre – a Calípolis – que seria a manifestação do poder dos sábios. Para Aristóteles, essa argumentação é “impraticável e autoritária”.
Para Aristóteles o conceito de igualdade deveria permear toda a formulação de uma teoria capaz de possibilitar a condição justa para cada cidadão da Polis (cidade). O filósofo grego acreditava que os iguais deveriam ser tratados igualmente e os desiguais tratados desigualmente.
A noção de participação efetiva da vida política, portanto, legitimava para Aristóteles, a condição necessária para o indivíduo consolidar-se como cidadão. Ou seja, exercer a cidadania, praticar a expressão da vontade e trabalhar conjuntamente para melhorar a sociedade são prerrogativas essenciais para a busca de uma vida em sociedade mais justa e solidária.
Foi com esse pensamento que decidi filiar-me a um partido político, em particular ao PCdoB, porque compreendo que é no campo político que alcançamos a plenitude do exercício cidadão, qual seja, o de dialogar com iguais e diferentes na busca das melhores condições de convivência e participação sociais.
O momento delicado pelo qual passa o nosso País, com retrocessos em todas as áreas, quer sociais, econômicas ou políticas – exige de nós cidadãos – responsáveis e conscientes da necessidade de mudanças, que tomemos atitudes concretas no sentido de contribuirmos para resgatar o Brasil de sua pior crise: a de valores.
É preciso que o campo político seja permeado por pessoas dispostas a modificar radicalmente a forma de fazer e entender a política partidária, sobretudo no que tange ao respeito às leis, ao Erário e ainda ao combate sem tréguas à corrupção.
Fiquei muito à vontade para aceitar o convite que me foi feito para integrar o PCdoB porque é um partido que reflete em muito a minha percepção de como fazer uma política voltada para os interesses da maioria, com uma visão nacionalista que privilegia a classe trabalhadora, a produção nacional e a defesa das nossas riquezas naturais e da nossa ciência e tecnologia.
É fundamental, portanto, que consolidemos um novo projeto nacional de desenvolvimento, como sugere o manifesto do PCdoB, cujos fundamentos são a luta contra o projeto neoliberal imposto por forças internacionais e também o combate ao conservadorismo que pretende levar a sociedade brasileira a um retrocesso nefasto que poderá comprometer às conquistas do nosso povo.
*Enio Pontes é professor, presidente da ADUFC-Sindicato, coordenador regional do Núcleo da Auditoria Cidadã da Dívida no Ceará e coordenador adjunto do Fórum Estadual de Educação.
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