Trump acusa a China de conspiração quando é rebatido

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de tentar influenciar a eleição dos EUA para prejudicar agricultores após o país asiático anunciar uma taxação sobre produtos norte-americanos em resposta às tarifas de Trump

Donald Trump - CNN

Nessa semana, EUA e China impuseram novas tarifas comerciais, intensificando a disputa entre as duas maiores economias do mundo e evidenciando que as ofensivas por parte do governo Trump não têm um fim aparenta à vista. 

A China disse que vai retaliar com tarifas sobre 60 bilhões de dólares em produtos norte-americanos, depois que Trump impôs tarifas de 10 por cento sobre cerca de 200 bilhões de dólares em importações chinesas na segunda-feira, o que significa que os EUA irão combrar tarifas de quase metade de tudo o que compram da China.

Segundo Trump, a China estaria supostamente tentando usar o comércio para prejudicá-lo com seus apoiadores antes das eleições parlamentares em 6 de novembro nos Estados Unidos. “A China declarou abertamente que está ativamente tentando impacta e mudar nossa eleição, atacando nossos agricultores, fazendeiros e trabalhadores industriais por causa de sua lealdade a mim”, escreveu Trump. Apesar da crença conspiratória do presidente, não há declaração de Pequim sobre o tema, segundo a Reuters.

Conflito começou em março

Em março deste ano os EUA impuseram tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio da China (como também de muitos outros países do mundo), que retaliou com tarifas de 15% a 25% sobre carne de porco e outros produtos no valor de 3 bilhões de dólares, valor semelhante ao de suas exportações prejudicadas.

O argumento de Trump para tomar tais medidas protecionistas, criticadas pela maioria dos países por incitar uma guerra comercial, foi de que a China estaria envolvida em políticas e práticas injustas relacionadas à tecnologia e à propriedade intelectual dos EUA, como forçar as empresas americanas a transferir tecnologia para companhias chinesas, como explica o Estado de São Paulo.

Em 15 de junho, Washington anunciou uma taxa de 25% sobre mais 50 bilhões em produtos chineses, dos quais 34 bilhões imediatos a serem seguidos em breve por mais 16 bilhões pendentes de uma revisão da lista original.

A lista afeta principalmente produtos favorecidos pela política industrial chinesa de promoção de setores tecnológicos e de alto valor agregado, principalmente indústria aeroespacial, tecnologia da informação e comunicação, robótica, maquinário industrial, novos materiais e automóveis.

Desde então, o conflito econômico vem se prolongando. Pequim se propôs diversas vezes a negociar, defendendo que o embate comercial não é a melhor saída e que as economias de ambos os países poderiam diálogar; mas não obteve sucesso.