Ofensa contra Paulo Freire provoca enxurrada de críticas a Bolsonaro

Presidente começou a semana atacando o patrono da educação brasileira. Para Bolsonaro, Paulo Freire é um “energúmeno”.

Uma avalanche de críticas a Jair Bolsonaro invadiu a internet nesta segunda-feira (16), depois do presidente tecer comentários nada elogiosos ao educador Paulo Freire e ao papel desempenhado pela TV Escola. Referindo-se a Freire como “energúmeno”, o presidente virou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.

“Que tipo de pessoa é essa? Bolsonaro odeia tudo aquilo que orgulha todos os brasileiros que tiveram sucesso, todos os que fizeram ou fazem o bem. O fracasso subiu à cabeça de Bolsonaro”, criticou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Depois de postar uma imagem com a estátua de Paulo Freire, o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), afirmou que o mandatário deveria ‘limpar a boca’ antes de citar o educador. “Esse presidente é a expressão acabada do imbecil, do boçal, ignorante. Limpa a boca para falar o nome do mestre Paulo Freire, Bolsonaro.”

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também se manifestou contra os ataques de Bolsonaro ao educador brasileiro reconhecido em todo o mundo. “Bolsonaro insiste em atacar aquele que deixou um legado para a nossa educação. Chamar Paulo Freire, patrono da Educação brasileira, de “energúmeno” é de uma ignorância sem tamanho desse presidente que é inimigo do Brasil. Paulo Freire, sim! Bolsonaro, não!”, manifestou.

Já a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) aproveitou a oportunidade para cobrar do presidente ações concretas para a melhoria de vida da população brasileira.

“Bolsonaro, você pode chamar Paulo Freire do que bem entender. O que o senhor acha ou deixa de achar não vai mudar o fantástico papel dele na história da educação brasileira. Mas diz pra gente, e os empregos? E o preço da gasolina, da carne? O que o senhor vai fazer para aliviar o povo?”, questionou.

Declarado patrono da educação brasileira em 2012, Paulo Freire já foi alvo de Bolsonaro outras vezes. Em uma entrevista no canal do YouTube “Esther e famosos”, exibida em abril deste ano, o presidente chegou a afirmar que retiraria em breve retiraria o título concedido ao educador. Em abril deste ano, um então correligionário de Bolsonaro, o deputado Heitor Freire (PSL-CE), apresentou um projeto de lei para revogar a Lei 12.612/2012, que declarou o educador pernambucano patrono da educação brasileira.

Na última sexta-feira (13), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou a não renovação do contrato com a TV Escola, que vigorava desde 1995. A decisão recebeu apoio de Bolsonaro, que alegou a baixa audiência do canal. O presidente disse ainda que a programação oferecida servia apenas para “deseducar” crianças.

Fonte: PCdoB na Câmara