“Começa cair a máscara de Bolsonaro”, diz sindicalista da CTB

Conforme pesquisa da XP/Ipespe, 39% avaliam o desempenho do presidente como ruim ou péssimo. A avaliação de ótimo/bom caiu de 35% em dezembro para 32% neste mês.

Pesquisa da XP/Ipespe, divulgada nesta sexta-feira (17) mostra desapontamento com os rumos do governo de Jair Bolsonaro. De acordo com o levantamento, 39% avaliam o desempenho do presidente como ruim ou péssimo, mesmo índice de dezembro, enquanto a avaliação de ótimo/bom caiu de 35% em dezembro para 32% neste mês.

“A ficha das brasileiras e dos brasileiros começa a cair”, afirma Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Para ela, a esperança que “muita gente nutria nesse governo para a saída da crise se desvaneceu com o desemprego e com a precariedade do trabalho”.

O que desabou para valer foi a expectativa para o restante do mandato. Em janeiro de 2019, 63% nutriam a esperança de um governo ótimo ou bom. Agora, 40% têm essa expectativa. A queda é de 23 pontos percentuais em apenas um ano.

Sobre a corrupção – tema muito explorado por Bolsonaro na campanha eleitoral para garantir sua eleição –, 32% acreditam que ela vai aumentar nos próximos seis meses. O índice era de 29% em dezembro. Já 32% preveem que continua como está e apenas 30% pensam que vai diminuir.

“Começa a cair a máscara desse governo que falou tanto em combate à corrupção – e o que vemos é o crescimento das denúncias de corrupção, envolvendo inclusive a família do presidente”, diz Vânia.

Cresce também a avaliação negativa da Presidência da República, que ficou em 59% neste mês – dez pontos percentuais a mais do que o índice de abril de 2019, que era de 49%. Além disso, 55% creem que o atrelamento do Brasil aos Estados Unidos, um dos temas basilares do governo, é negativo para o País.

As brasileiras e brasileiros continuam não confiando nos partidos políticos, mas também caiu a confiança nas Forças Armadas de 70% em dezembro de 2018 para 63% agora. A perda média é de um ponto percentual por mês. Para 54% da população, a violência e a criminalidade aumentaram nos últimos 12 meses.

Na opinião de Vânia, a queda de confiança se deve “ao papel comprometedor das Forças Armadas ao agir com violência contra populações pobres no Rio de Janeiro e com as falas de militares que apoiam Bolsonaro, além de os militares terem privilégios na questão da Previdência”.

Quanto ao Congresso Nacional, a avaliação negativa recuou um ponto percentual: 45% acham a atuação dos parlamentares ruim ou péssima, ante 44% que tinham essa mesma opinião em dezembro. Em compensação, cresce a confiança na Organização das Nações Unidas (ONU), tão atacada por Bolsonaro. Eram 50% que confiavam em dezembro de 2018. Neste mês, o índice passou para 53%.

Uma notícia interessante para o movimento sindical. A confiança nos sindicatos volta a crescer: 28% dos entrevistados disseram confiar nas entidades – quatro pontos percentuais acima dos 24% registrados em abril de 2019.

Foram realizadas mil entrevistas, em todo o território nacional, nos dias 13, 14 e 15 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais.

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