Semana Vermelha: O sombrio obscurantismo nazista no governo Bolsonaro

Veja o que foi destaque no Portal Vermelho na semana de 12 a 18 de janeiro

A máscara do radicalismo da direita caiu quando o secretário da Cultura Roberto Alvim resolveu imitar o marqueteiro Goebbels, de Hitler. Ele foi demitido, mas a marca da extrema direita do governo do capitão presidente ficou reforçada. Marca que aparece de todos os lados nas ações desse governo antipopular. Nas denúncias de corrupção na Secom. Na promiscuidade entre Paulo Guedes e o capital privado nas ações do governo. No enorme número de fábricas fechadas, vítimas da crise econômica causada pelo governo que só cuida dos interesses dos bancos. Nas enormes filas que voltaram no INSSS. Sinais do fascismo de um governo que dá as costas ao Brasil e aos brasileiros.

O Brasil se insurge e secretário da Cultura de Bolsonaro nazista é demitido – Sob pressão de várias personalidades e segmentos da sociedade, Bolsonaro demitiu, na sexta-feira (17), o secretário da Cultura, Roberto Alvim, que manifestou simpatia pelo nazismo no vídeo onde reproduziu opiniões do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels. Ele divulgou o vídeo, na madrugada da sexta-feira (17), perorando sobre as artes e provocando onda de indignação e repúdio. O objetivo era divulgar o Prêmio Nacional das Artes. Tudo no vídeo teve inspiração nazista: além dos trechos de Goebbels, a estética do vídeo, a aparência do secretário, o vocabulário, o tom de voz e a trilha sonora escolhida, levaram à comparação com a propaganda nazista. Alvim expressou a estética da destruição ao adaptar uma frase de Goebbels: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, tendo ao fundo a música do preferido dos nazistas, Richard Wagner. A pressão política veio de todos os lados. “O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, disse no Twitter o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) comentou a demissão: “Alvim não caiu pela opinião abjeta, que infelizmente encontra amparo nesse desgoverno. Caiu por expressá-la”

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Propina sob as barbas de Bolsonaro – Mais evidências de que a “nova política” de Bolsonaro é para enganar tolos. “Na Secom de Jair Bolsonaro, a mão que paga é a mesma que recebe. O nome disso é corrupção!”, acusou o vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA). O secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, é suspeito de receber propina, na denúncia que se tornou a nova “bomba” contra o governo Bolsonaro, feita na quarta-feira (15). Ele é responsável pela distribuição de verbas publicitárias do governo federal, e teria recebido dinheiro de emissoras de teve, como a Band e a Record beneficiadas por suas decisões.

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Guedes, a rapoza no galinheiro – O ministro Paulo Guedes, que vai a Davos representar o Brasil, depois que Bolsonaro fugiu da reunião anual do Forum Econômico Mundial, é um homem que enriqueceu no “mercado”, sócio de empresas e fundos. E, no governo, faz uma gestão é do jeito que o diabo financeiro gosta. “É um infiltrado na máquina pública. Fez uma aliança com o capital e tem desenvolvido políticas públicas para essas alianças que construiu em seus negócios privados durante a vida”, afirma o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) que, em 2019, vasculhou a Junta Comercial do Rio, foi atrás de uma investigação do Ministério Público Federal sobre fundos de pensão, e no fim do ano pediu uma investigação sobre Guedes à Procuradoria-Geral da República, ao Tribunal de Contas da União e à Comissão de Ética Pública, para provar que o ministro é sócio oculto de empresas e fundos beneficiados por decisões do governo. Guedes seria um caso para a Lei de Conflito de Interesses, a lei 12.813/2013 pois integra, segundo a denúncia de Ramos, “ seja como administrador ou sócio – inclusive possivelmente oculto – uma vasta rede composta por bancos e fundos de investimentos” com “íntimas relações com entes estatais de mesmo gênero, notadamente o BNDES”. O deputado identificou uma “curiosa coincidência”: outros sócios ou cotistas “se revezam não apenas na mesma sociedade, como também em várias outras, coligadas ou não, formando uma espécie de teia societária”, a fim de “ocultar seu verdadeiro controlador”. As alianças espúrias são m uitas. Por exemplo, Gustavo Montezano, presidente do BNDES é homem de Guedes. Antes de assumir o banco,era secretário-especial-adjunto do ministro para privatizações. Seu pai, Roberto, trabalhou, no passado, com Guedes no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais ( Ibmec)

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Só 43% de seus apoiadores acreditam que Bolsonaro fará um bom governo – Em janeiro de 2019, pesquisa da XP / Ipespe mostrou que 63% dos apoiadores de Bolsonaro tinham uma expectativa positiva em relação ao capitão-presidente. Neste mês de janeiro, um ano depois, nova pesquisa do instituto mostra queda de 23 pontos: agora 43% dos apoiadores acreditam que ele fará um bom governo. O governo foi classificado como “ruim e péssimo” por 39% dos entrevistados.Essa oscilação negativa resulta da votação da impopular reforma da Previdência, das dificuldades de relacionamento com o Congresso, do corte de recursos para a saúde e a educação, e do gigantesco desemprego de quase 12 milhões de trabalhadores

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EUA: Senado julga impeachment de Trump – O julgamento pelo Senado do impeachment do presidente Donald Trump, dos EUA, começou na quinta-feira (16). É um revés para Trump, embora o Senado seja controlado pelos republicanos, pois seguem indefinidas questões-chave, como se testemunhas prestarão depoimento ou se novas evidências serão consideradas

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General Heleno, a Bolsonaro: “Se demitir o Moro, o governo acaba” – O livro Tormenta, da jornalista Thaís Oyama, mostra como Jair Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto e, principalmente, como ele conduziu o governo neste primeiro ano de mandato. A autora reúne as principais decisões do governo, as relações com o Congresso, as participações em fóruns internacionais e as crises mais agudas. Oyama esmiúça os bastidores, repletos de intrigas. O Bolsonaro retratado por Oyama é um homem público extremamente desconfiado. Cultiva muitas suspeitas, inclusive, em relação àqueles que o cercam. Em seu primeiro ano de governo, a relação com vice, general Mourão, foi tensa: Bolsonaro desconfia que o vice cobiça o cargo máximo da República e conspira contra ele. Além do retrato pouco lisonjeiro do presidente, o livro traz revelações, como o fato de Bolsonaro ter cogitado demitir o ministro da Justiça, Sergio Moro, em agosto. Na ocasião Bolsonaro afirmou: “Se eu não posso trocar o superintendente [da Polícia Federal], eu vou trocar o diretor-geral”. E completou: “Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico e não o Sergio Moro. E ponto-final”. E, apesar dos conselhos de auxiliares, Bolsonaro decidiu que iria mesmo demitir Moro. O general Heleno, que defendia o ministro, ao notar a determinação do presidente, soltou a última bala: “Se demitir o Moro, o governo acaba”.

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De 2015 a 2018 mais de 25 mil fábricas fecharam no Brasil – O número enorme de 25.376 fábricas fecharam no Brasil entre 2015 a 2018, diz levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É a maior crise da história da indústria no Brasil, consequência da recessão, piorada desde o golpe de 2016. São nada menos que 17 fábricas por dia naqueçes quatro anos. Houve um início de recuperação em 2017 – mas o processo perdeu fôlego em 2018. De janeiro a novembro de 2019, últimos dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física do IBGE, a produção da indústria de transformação ficou praticamente estagnada. A indústria de transformação opera 18,4% abaixo do pico alcançado em março de 2011. Segundo o estudo da CNC, o País tinha 384.721 unidades industriais de transformação em 2014. Desceu a 359.345 indústrias em 2018, queda de 6,6% no total de unidades. A expectativa para a produção industrial nos próximos meses é dúbia.

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A pervesa e cruel “Nova” Providência de Guedes e Bolsonaro – Entre as múltiplas perdas impostas aos trabalhadores regidos pela CLT, servidores públicos, aposentados e pensionistas, a Emenda à Constituição (EC) 103, de 2019, a “Nova Previdência” de Bolsonaro e Guedes, trouxe inovações cujo grau de crueldade e perversidade chegam às raias do inacreditável. Prevê, por exemplo, que seja previsto, no § 14 do artigo 37 da Constituição, que “a aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do (RGPS) Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.”

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Motorista de uber não é empreendedor, mas um explorado precarizado – Um motorista de aplicativo é um empreendedor ou um trabalhador em uma situação precarizada?Considerar a “uberização” do trabalho como um processo empreendedor é uma deturpação do conceito de empreendedorismo. Motoristas de aplicativos sequer podem ser considerados uma “nova classe” de profissionais. Este debate, estimulado por uma matéria do programa Fantástico, da TV Globo, tomou a internet desde o domingo (12). De um lado, os que dizem que os motoristas são explorados pelas empresas. De outro, os que consideram que são donos do próprio negócio. Segundo Clemente Ganz, diretor técnico do Dieese, eles não são empreendedores, tampouco se enquadram nas formas mais “clássicas” de trabalho. “É uma situação anômala a tudo aquilo que relacionamos com trabalho. O motorista não é exatamente um autônomo, pois não há vínculo. Também não entra na relação assalariada clássica. Diria que é a expressão das novas ocupações, que precisam ser interpretadas no contexto atual, com cenário de forte desocupação”, afirma Clemente. Segundo ele, a associação do termo ao empreendedorismo tem cunho político, pois transfere a responsabilidade da empregabilidade para o trabalhador. “É a pessoa dizendo para o desocupado: ‘Vire-se para gerar um posto de trabalho’. Então, fala em empreender – quando, na verdade, ele não tem controle algum. Não controla preço, não controla que passageiros vai pegar. Quem define é o aplicativo. Que autonomia ele tem? Empreendedor tem de ter autonomia.”

Leia mais: A “uberização” do trabalho: motorista de aplicativo não é empreendedor  

Filas e mau atendimento no INSS são a cara de Bolsonaro – As filas voltaram com Bolsonaro. Elas são a “cara do ‘estado mínimo’ de Bolsonaro e Guedes: mínimo para os que mais precisam”, acusa Guilherme Boulos, do PSOL.

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