Governo fere Constituição ao atacar Petra Costa, diz Márcio Jerry

Deputado federal do PCdoB diz que governo terá de responder por uso indevido da estrutura pública. Ele diz que os ataques expõem a face obscura do governo Bolsonaro.

Márcio Jerry quer a manifestação do Ministério Público sobre o episódio (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara)

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) defendeu nesta terça-feira (4) que o governo Bolsonaro responda pelo uso “indevido, ilegal e imoral” da estrutura pública para atacar a cineasta Petra Costa, indicada ao Oscar de melhor documentário por “Democracia em Vertigem”, que aborda o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Em um post no Twitter, a Secretaria de Comunicação do governo, comandada por Fabio Wajngarten, chama Petra Costa de “militante anti-Brasil”. As críticas foram motivadas por declarações que a documentarista deu em entrevista à PBS, uma emissora pública dos Estados Unidos.

Durante a entrevista, Petra afirma, entre outras coisas, que a administração Bolsonaro é antidemocrática e incentiva a violência.

Para Jerry, a ação do governo ataca a Constituição Federal que, em seu artigo 37, afirma que administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de “legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” e determina ainda que a publicidade dos governos terá caráter educativo, informativo ou de orientação social.

“Os ataques da Secom à cineasta expõem mais uma vez a face obscura, arrogante, autoritária e ilegal do governo Bolsonaro. O governo terá de responder por mais este absurdo”, destacou o deputado Márcio Jerry. 

O Ministério Público de Contas, parlamentares e ministros do TCU podem se manifestar tomando providências contra o uso da instituição como instrumento de doutrinação política e repressão de opiniões divergentes.

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