Ministério Público que apurar denúncia da relação entre Queiróz e o clã Bolsonaro
Em reportagem neste domingo (17) do jornal Folha de S.Paulo, o empresário Paulo Marinho, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro, diz que um delegado-informante antecipou ao parlamentar informação sobre Operação Furna da Onça, que tinha como alvo o ex-assessor dele Fabrício Queiróz
Publicado 18/05/2020 11:05 | Editado 18/05/2020 16:35
A Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou à Polícia Federal (PF) que investigue o relato sobre vazamento de operação ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente.
Além disso, a PF vai ouvir o depoimento do empresário Paulo Marinho no inquérito já aberto para investigar, com base em acusações do ex-ministro Sergio Moro (Justiça), se o presidente Bolsonaro tentou interferir indevidamente na corporação.
Em reportagem neste domingo (17) do jornal Folha de S.Paulo, o empresário, que é suplente do senador Flávio Bolsonaro, diz que um delegado-informante antecipou ao parlamentar informação sobre Operação Furna da Onça, que tinha como alvo o ex-assessor dele Fabrício Queiróz.
Queiróz movimentou milhões por meio de “rachadiha” no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Nesse esquema, funcionários repassavam parte de seus salários ao parlamentar.
Segundo o ex-aliado, os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro na disputa com Fernando Haddad (PT).
O caso agora passa a ser objeto da investigação instaurada com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) a partir do rompimento entre Moro e o presidente. Ainda não há data para esse depoimento.
Após apuração da PF nesse inquérito, a PGR avalia se haverá acusação contra Bolsonaro. Caso isso ocorra, esse pedido vai para a Câmara, que precisa autorizar sua continuidade, com voto de dois terços.
Em caso de autorização, a denúncia vai ao STF —que, se aceitar a abertura de ação penal, leva ao afastamento automático do presidente por 180 dias, até uma solução sobre a condenação ou não do investigado.
Neste domingo, em nota, a PF afirmou que a reportagem aponta “a eventual atuação em fatos irregulares, de pessoa alegadamente identificada como policial federal, no bojo da denominada operação”.
“Todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas e, nesse sentido, foi determinada, na data de hoje [17], a instauração de novo procedimento específico para a apuração dos fatos apontados.”
A pedido da PGR, Miguel Ângelo Braga Grillo, o coronel Braga, chefe de gabinete de Flávio, também terá de prestar depoimento à PF.
Segundo disse Marinho, ele teria recebido um telefonema desse delegado da PF e ido até o local em que a informação sobre a operação foi vazada.
Outro pedido da PGR é para a obtenção da cópia integral, em meio digital, do inquérito da PF que já apurou, em outra oportunidade, supostos vazamentos relativos à Furna da Onça.
Com informações da Folha
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