Queda do contágio em SP se reflete na saída do platô nacional da Covid

A curva epidemiológica de Covid-19 nacional começa a confirmar uma queda, depois de um longo pico de três meses. Tanto a curva de contágios, como a de óbitos começam a sair do platô para uma descendente, sendo que a queda no número de casos é o melhor sinal de que a curva de mortes vai se reduzir. O Brasil é o único país do mundo em que a curva permaneceu por tanto tempo no pico.

A queda nos números do Estado de São Paulo, onde a pandemia causa mais prejuízos em doentes e mortes, deve se refletir com força nos dados nacionais. Embora esteja em torno de 200 mortes diárias, São Paulo ainda tem mais que o dobro de casos e mortes da maioria dos grandes estados brasileiros. A Capital, onde tudo começou, já apresentava queda constante, mas a pandemia chegou mais tarde ao interior do Estado, avançando sem controle.

Hoje, o Brasil atingiu 119.504 mortes em função da pandemia do novo coronavírus, conforme a atualização diária do Ministério da Saúde divulgada na noite desta sexta-feira (28). Ontem, eram contabilizados 118.649 óbitos desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 855 novos óbitos. 

Os casos acumulados chegaram a 3.804.803. Entre ontem e hoje as secretarias de saúde enviaram ao Ministério da Saúde informações sobre 43.412 novos diagnósticos de infecção pelo coronavírus. Ontem, o painel do Ministério da Saúde trazia 3.761.391 casos acumulados.

A Saúde considera 2.976.796 pacientes recuperados da doença e afirma que 708.503 seguem em acompanhamento.

SP superou ‘o pior’

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou hoje que o estado superou o pior momento da pandemia de Covid-19 e que os dados mais recentes indicam a saída do platô, rumo à descida. A média de mortes diárias, entretanto, continua acima de 200.

“Superamos o pior momento da pandemia em São Paulo. Esta é uma afirmação, não uma suposição. Os números desta semana indicam uma nova redução na média de casos e óbitos. E a perspectiva é de que estamos, de fato, iniciando a descida do platô. “, declarou Doria.

Segundo dados do governo paulista, houve uma redução de 19% no registro de óbitos na variação de 14 dias — a média diária de duas semanas epidemiológicas atrás era 252, e agora (semana que acaba amanhã, 29) está em 205.

O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, citou o número de pessoas em tratamento nos hospitais do estado. “Em relação às novas internações, o número que mostra curva de inflexão. Portanto, temos hoje a possibilidade de dizer que saímos do platô não só no município de São Paulo, mas também no estado”, afirmou.

Além disso, o governo diz que as internações caíram pela quarta semana consecutiva, e estão em 54,3%, o menor índice desde o início da pandemia, em março.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas sete países no mundo registraram mais de 200 mortes nas últimas 24 horas. São eles: Estados Unidos (1.229), Brasil (1.085), Índia (1.057), México (626), Colômbia (295) e Argentina (283). Embora haja defasagem de até dois dias nos números da OMS, eles são usados como parâmetro durante a pandemia.

Estados

Os estados com mais morte foram São Paulo (29.694), Rio de Janeiro (15.859), Ceará (8.376), Pernambuco (7.512) e Pará (6.106). As Unidades da Federação com menos óbitos até o momento são Roraima (587), Acre (608), Tocantins (649), Amapá (657) e Mato Grosso do Sul (823).

No total, 4 estados apresentaram alta de mortes: GO, MS, AP, e TO.

Em relação a quinta (27), o estado do MS estava em estabilidade e, hoje, está com a média subindo. SP estava em queda e entrou em estabilidade, e DF e PI estavam em estabilidade e entraram em queda.

• Subindo: GO, MS, AP, e TO.
• Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente: RS, MG, SP, PA, RO, BA, MA, PB e RN.
• Em queda: PR, SC, ES, DF, MT, AC, AM, RR, AL, CE, PE, PI e SE.
• O estado do Rio de Janeiro não divulgou os dados até as 20h. Considerando os dados até 20h de quinta-feira (27), estava em alta (+64%).