PCE: Espanha deve uma desculpa à Venezuela

A Secretaria de Relações Internacionais do Partido Comunista da Espanha (PCE) divulgou, nesta quarta-feira (28), um texto onde exige a apuração das circunstâncias que proporcionaram a fuga do terrorista venezuelano Leopoldo López da embaixada espanhola em Caracas.

A fuga foi revelada pela embaixada no sábado (24) e no dia seguinte López já se encontrava em Madrid. Leia a íntegra do texto, abaixo.

A tentativa persistente dos Estados Unidos e seus aliados de derrubar o governo de Nicolás Maduro, teve um episódio nos últimos dias que afeta a Espanha, cujas consequências podem complicar ainda mais as relações espanholas com a Venezuela. A fuga de Leopoldo López da embaixada espanhola em Caracas e sua posterior transferência de avião para Madrid teve, sem dúvida, cumplicidades, que é urgente esclarecer para preservar o crédito dos serviços diplomáticos espanhóis. O governo venezuelano pediu explicações sobre as circunstâncias da fuga de López, um perigoso colaborador do terrorismo, da embaixada espanhola em Caracas.

Leopoldo López foi o co-responsável pelas provocações que causaram mais de quarenta mortes em 2014 no interior do país; colaborou na tentativa de golpe de abril de 2019, e contribuiu, da embaixada espanhola, na tentativa fracassada de invasão da Venezuela a partir do território colombiano em maio de 2020, com a cumplicidade daquele governo e apoio americano. A “Operação Gideon”, formada por dezenas de mercenários que desembarcaram em praias perto de Caracas, tinham o pretexto de estabelecer uma cabeça de ponte no país para facilitar a subsequente intervenção militar norte-americana.

Quando López se refugiou na embaixada da Espanha em Caracas, o governo espanhol e a União Europeia prometeram que a sua permanência na legação diplomática não envolveria o desenvolvimento de ações políticas hostis contra a Venezuela. A oposição ao governo de Maduro não reside na força dos Guaidó, Capriles e López, mas no Departamento de Estado dos EUA, no governo colombiano e, em menor grau medida, na União Europeia, cuja comissão cedeu às imposições de Washington contribuindo para o assédio contra a Venezuela.

A pressão e chantagem diplomática dos Estados Unidos levaram dezenas de países a reconhecerem um presidente fictício como Guaidó, e postulam uma irreal negociação fora dos canais democráticos e das eleições, instrumentos pelos quais se expressa a vontade da população venezuelana. A realização das próximas eleições em 6 de dezembro na Venezuela é rejeitada pelos Estados Unidos e pela União Europeia, contribuindo assim para o assédio à Venezuela que tem criado tantas dificuldades ao país. O Partido Comunista da Espanha vai trabalhar para que Espanha e União Europeia parem de se opor a realização de eleições legais que são realizadas em conformidade com a Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Após sua fuga, López tem se colocado “sob as ordens de Guaidó”, sem dúvida aguardando as decisões posteriores do Departamento de Estado dos E.U.A.

O Partido Comunista da Espanha considera que o governo venezuelano está em seu direito de investigar as circunstâncias em que se organizou a evasão do fugitivo Leopoldo López.

O Partido Comunista da Espanha reitera sua solidariedade ao governo da República Bolivariana da Venezuela e apoio às suas instituições legítimas, condena as constantes intromissões e ataques à soberania do país, e pede esclarecimentos imediatos das circunstâncias da fuga de Leopoldo López, bem como da assunção de todas as responsabilidades, ao nível que tenham ocorrido, de modo a não contribuir para a deterioração das nossas relações com a Venezuela, um país irmão; enquanto exige da União Europa e dos Estados Unidos o fim da política desonesta de assédio ao governo venezuelano, chefiado por Nicolás Maduro.