Amazônia vive o pior outubro de queimadas dos últimos dez anos, diz Inpe
Na região, o Pará foi o estado com maior número de focos entre janeiro e outubro (33.449 focos), seguido pelo Mato Grosso (19.334 focos), Amazonas (16.180 focos) e Acre (9.053 focos)
Publicado 02/11/2020 11:07 | Editado 02/11/2020 12:49

Dados divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelam que os focos de incêndios na Amazônia aumentaram em 121% no mês passado, sendo o pior outubro para o bioma nos últimos dez anos. Além de queimadas, o desmatamento também permanece em níveis elevados.
Foram registrados 17.326 focos de queimada contra 7.855 registrados no mesmo período em 2019. Com o agravamento da situação em setembro, o Pantanal enfrenta o pior ano de queimadas de sua história.
Ao contrário do que afirma Bolsonaro, o fogo no bioma tem origem humana e é normalmente ligado ao desmatamento. O elevado valor ocorre apesar da proibição de uso de fogo na Amazônia e também da presença, desde maio, das Forças Armadas na floresta para a Operação Verde Brasil 2 contra ilícitos ambientais.
De acordo com o Programa Queimadas, do Inpe, o Pantanal teve 2.856 focos de incêndio ao longo de outubro, o maior número já registrado para o mês. No total para este ano, o bioma também já teve recorde de queimadas, com 21.115 ocorrências, o maior número da série histórica. Até então, a máxima registrada era em 2005, quando houve 12.486 focos de fogo na região. Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), uma área de 4,2 milhões de hectares foi queimada no Pantanal – 28% do bioma consumido pelas chamas.
Ao mesmo tempo, foram 17.326 focos de incêndio na Amazônia, o que representa uma queda em relação ao mês anterior, que teve 32.017 ocorrências, mas também a quantidade suficiente para superar o total do ano passado. Apenas entre janeiro e outubro, foram 93.356 focos, ante 89.176, em 2019, e 68.345, em 2018.
Na região amazônica, o Pará foi o estado com maior número de focos entre janeiro e outubro (33.449 focos), seguido pelo Mato Grosso (19.334 focos), Amazonas (16.180 focos) e Acre (9.053 focos). Para Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil, os dados provam que, ao contrário do que foi alegado pelo governo federal, a situação das queimadas não foi controlada nos meses de estiagem.
Com informações do Portal Terra