Deputado critica silêncio de Bolsonaro diante de vitória de Joe Biden
“Rastejantezinho”: para Márcio Jerry, Bolsonaro comprova subserviência a Trump ao calar sobre vitória de Biden, enquanto líderes mundo afora o parabenizaram
Publicado 09/11/2020 15:00 | Editado 09/11/2020 14:04

Vice-líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, o deputado federal Márcio Jerry (MA) criticou nesta segunda-feira (9) a subserviência de Jair Bolsonaro (sem partido) ao agora derrotado candidato à reeleição nos Estados Unidos, Donald Trump.
“Bolsonaro está aguardando autorização do Trump para reconhecer vitória de Biden. É um rastejantezinho…”, declarou. O parlamentar ainda afirmou que a maior vitória neste momento não é a “vitória do Biden, mas a derrota do Trump”.
Bolsonaro e a aliança com Trump
Enquanto diversos líderes mundo afora parabenizaram o democrata Joe Biden pelas projeções de vitória nas eleições dos Estados Unidos, anunciadas em grande parte da imprensa americana no último sábado (7), o presidente brasileiro não se manifestou.
A última vez em que Bolsonaro falou sobre as eleições americanas foi na última terça-feira, dia de fechamento dos votos. Na ocasião, limitou-se a reiterar a torcida pelo atual chefe de governo americano. Nos bastidores, assessores afirmam que ele está aguardando o pronunciamento de Trump sobre o fim de seu ciclo na Casa Branca.
O silêncio de Bolsonaro igualou o Brasil à China, que passou a travar uma guerra comercial com os EUA durante o mandato de Trump, à Rússia, acusada de interferir nas presidenciáveis americanas anteriores, em 2016, além de México, cujo presidente, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que aguardará a resolução de “questões jurídicas” das eleições presidenciais para não ser imprudente e nem agir de forma leviana.
Palácio do Planalto minimiza
Na América do Sul, apenas Brasil e Suriname não se manifestaram sobre o resultado do pleito nos EUA e a derrota de Trump até o momento.
No Palácio do Planalto, circula a justificativa de que não há o que fazer além de esperar um suposto “resultado oficial”, apesar de tradicionalmente o desfecho das eleições ser decretado pela mídia americana. A decisão do de Bolsonaro de não parabenizar Biden por sua eleição causou surpresa entre diplomatas.