Como evitar a contaminação por coronavírus nas festas de fim de ano

Mesmo em reuniões com poucos convidados, é preciso tomar cuidados para se prevenir contra a Covid-19

Arte: Yanka Romão / Metrópoles

As festas de fim de ano seguramente serão diferentes em 2020. A celebração com muita comida, primos, tios e agregados deve ser preterida por uma reunião entre parentes mais próximos e uma ceia comedida. A pandemia de Covid-19, que impossibilitou a realização de outras festividades, chegou ao fim do ano com o mesmo vigor, com média diária de mortes próxima a mil no Brasil.

Mesmo com um número reduzido de convidados, é necessário tomar cuidados. A Fundação Oswaldo Cruz elaborou uma cartilha com as principais medidas a serem adotadas. Entre as orientações, mantém-se o distanciamento de 2m e o uso de máscaras, podendo retirá-las na hora da ceia. O ideal é guardar o item de segurança em uma sacola plástica e ter uma máscara de reserva caso umidade, sujeira ou tempo de uso prejudiquem a ação preventiva dela.

Preparo da comida

A cartilha aconselha orientar os convidados a levar sua própria comida e bebida. Entretanto, esta é uma recomendação um tanto rigorosa e, caso não seja possível cumpri-la, o documento sugere outras tentativas de minimizar o risco de contaminação do alimento.

Usar máscara durante o preparo e lavar as mãos com frequência são as principais recomendações. É preciso também controlar o acesso à cozinha em que o alimento está sendo feito. A louça pode ser lavada com água corrente ou na máquina de lavar.

Hora da ceia

No momento da refeição, busque uma disposição para evitar a formação de filas ou pelo menos manter a distância recomendada. Com máscara e mãos lavadas, uma única pessoa deve servir os pratos e bebidas. Os molhos e condimentos devem vir em embalagens individuais e bebidas disponibilizadas em latas ou garrafas individuais. Procure acomodar os convidados confortavelmente na hora de comer, de preferência em grupos do mesmo agregado familiar.

Ambiente e convidados

Um ambiente externo ou bem ventilado é mais adequado para a reunião, e não se deve utilizar o ar condicionado. No banheiro, toalhas de papel e lixeiras com sistema de pedal para que não haja contato com a tampa são mais seguros. É importante disponibilizar álcool em gel em diferentes locais.

No cumprimento dos convidados, evite aperto de mão ou abraços. A música alta é outro fator que merece atenção. Se alguém estiver infectado, o volume da música irá obrigá-lo a elevar a voz, e, consequentemente, lançar partículas virais no ambiente.

Quem estiver com sintomas relacionados à Covid-19 ou testou positivo para a doença deve ficar em isolamento. O período é de 14 dias desde que percebeu os primeiros sintomas.  Em relação ao grupo de risco, a cartilha recomenda que fique em casa e celebre apenas com as pessoas que já estão no círculo de convivência.

Festas na virada do ano

As recomendações de especialistas frisam o perigo das aglomerações. A cidade do Rio de Janeiro cancelou qualquer evento na orla da cidade programado para a virada de ano. Búzios, município litorâneo no estado do Rio, fechou as portas por ordem judicial. São Paulo, por sua vez, suspendeu até a queima de fogos de artifícios para desestimular qualquer encontro e anunciou na terça-feira (22) que apenas serviços essenciais poderão funcionar nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e 1, 2 e 3 de janeiro.

Mas a regra não é unânime. A falta de uma orientação oficial por parte do governo federal permitiu que algumas festas ainda aconteçam. É o caso do Réveillon celebrado na cidade turística de São Miguel do Gostoso, que já vendeu mais de 2.500 ingressos. A prefeitura da cidade permitiu que ocorram os encontros com mais de 50 pessoas caso todos usem máscara e realizem teste antes do evento. Além da falta de consistência nas recomendações para situações similares, o risco é elevado mesmo que se cumpram os testes e sejam utilizadas as máscaras.

A reportagem no Blog da Cidadania com o patologista e diretor médico, Hélio Magarinos, explica que realizar o teste é importante, porém é necessário interpretar o resultado. O primeiro ponto é que a pessoa pode ter sido infectada após a realização do teste. Por isso, mesmo depois do resultado, o rigor com as medidas de precaução deve ser mantido. Os assintomáticos, em especial, correm o risco de receber um diagnóstico falso negativo devido à sensibilidade mais baixa do exame nessa situação. O período de realização do teste é outro fator que influencia o resultado.

O uso de máscaras é obrigatório em todas as situações fora de um ambiente controlado. Em uma festa, a exposição é mais elevada ao consumir bebidas ou durante o ato de fumar. Outros desafios são manter o distanciamento mínimo de 2m e higienizar as mãos com frequência.

Acesse o material completo preparado pela Fiocruz sobre a pandemia: clique aqui.

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