Cuba anuncia medidas “mais drásticas” para conter 2ª onda da pandemia

Além de restrições de mobilidade e sinalizações em casas, governo socialista vai ampliar a vigilância nas ruas

Em meio a uma nova fase crítica da pandemia, Cuba anunciou que vai adotar medidas “mais drásticas” para conter o avanço da Covid-19. Haverá restrições de mobilidade na ilha e sinalizações em casas onde possa haver pessoas contaminadas. O governo socialista também vai ampliar a vigilância nas ruas para garantir o cumprimento das determinações.

Durante uma semana, o país registrou uma média de quase 1.100 casos diários – 31% a mais do que contabilizado no final de março. Enquanto Cuba realiza os testes finais da sua vacina Soberana, a pressão sobre o sistema de saúde aumenta. Segundo o jornal La República, são cerca de 25 mil cubanos internados em hospitais e centros de saúde, levando em conta pacientes infectados e com suspeita.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e o primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, se reuniram para alinhar as novas medidas a serem aplicadas nas zonas com maior circulação do vírus, sobretudo na capital Havana, um dos locais mais afetados. A ideia é proibir o fluxo de pessoas entre regiões em quarentena e apertar a fiscalização, com previsão de multas para quem não usar máscara em locais públicos ou estiver em aglomerações.

Segundo o portal Infobae, um sistema de controle será estabelecido para verificar como os infectados cumprem o protocolo firmado. O plano é marcar residências onde há pessoas em isolamento. O governo ainda vai monitorar os espaços públicos e observar a formação de filas nos mercados.

A capital da ilha já lida com medidas de contenção há dois meses, como fechamento de bares, restaurantes e praias, toque de recolher a partir das 21 horas e limitação de horários no transporte público. O governo também decretou quarentena obrigatória para turistas em hotéis. Os voos de locais com maior disseminação do vírus foram reduzidos.

Até o momento, Cuba acumula 82 mil casos e 442 mortes por Covid-19, conforme a Universidade de Johns Hopkins (EUA). Os números são relativamente mais baixos do que vizinhos como Panamá, República Dominicana e México, mas preocupam a ilha. Até 1º de janeiro, o país registrava pouco mais de 12 mil infectados e 146 óbitos.

A escalada de casos na ilha começou ainda em meados de dezembro após a reabertura de aeroportos e a chegada de milhares de viajantes. Autoridades atribuem o surto à flexibilização das medidas preventivas e à redução do distanciamento social.

Em seu Twitter, o presidente cubano afirmou que vai adotar as restrições necessárias. “Alarmante início de abril, com uma média diária de mais de mil casos, a maioria em Havana. Nas próximas horas, haverá medidas de fechamento mais drásticas, como em face do primeiro surto de Covid-19 “, escreveu Díaz-Canel.

Com informações da Época