Bolsonaro é culpado por partes das mortes pela Covid-19, diz Pedro Hallal

“Quem disse que vacina transforma a pessoa em jacaré foi o presidente da República, e não o governo”, destacou o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que depõe na CPI da Covid

O epidemiologista Pedro Hallal depõe na CPI (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O cientista Pedro Hallal disse que o presidente Bolsonaro tem responsabilidade direta em parte das mortes por covid-19. “Quem disse que vacina transforma a pessoa em jacaré foi o presidente da República, e não o governo”, destacou o epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que depõe na CPI da Covid nesta quinta-feira (24).

A médica Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil e representante do Movimento Alerta, que também presta depoimento no colegiado, cobrou união e punição aos culpados pelo descontrole da pandemia. “É preciso criar uma frente nacional de enfrentamento à covid liderada pelo Parlamento e que inclua setores da sociedade”, destacou a médica Jurema Werneck, que defendeu a responsabilização e a reparação dos danos causados pelo “descontrole da epidemia”. Para ela, 120 mil mortes poderiam ter sido evitadas com um programa de testagem e rastreamento efetivo.

Em resposta à senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), Pedro Hallal disse que faz a afirmação sobre a responsabilização de Bolsonaro com plena consciência. “É muito nítida pelos dados apresentados por nós, mas eu gostaria de lhe dizer, com toda franqueza do mundo, que eu tenho muito mais tranquilidade em dizer que um pedaço dessas mortes é responsabilidade direta do presidente da República, que não é uma figura que se esconda atrás do governo federal.

“Quem disse que vacina transforma a pessoa em jacaré foi o presidente da República, não foi o governo federal; quem disse que não ia comprar vacina da China foi o presidente da República. Muitas vezes, a gente confunde a instituição com a pessoa. E eu acho, até pelas manifestações que eu tenho visto dos senadores, inclusive dos senadores que, de uma forma ou de outra, têm independência ou são da base governista, que eles são capazes tranquilamente de defender ações do governo federal, mas as ações do Presidente da República são indefensáveis”, argumentou Hallal.

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