Vacinação favorece mobilização de trabalhadores no 3JforaBolsonaro

Dirigente da Força Sindical observa crescente de participantes, neste sábado (3). Para Juruna, manifestações lembram trajetória das Diretas Já

Manifestação na avenida Paulista pedindo o Impeachment do presidente Bolsonaro foto Felipe Campos Mello

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, avaliou as mobilizações do #3JforaBolsonaro, neste sábado (3), como uma crescente de participação em relação aos atos anteriores. Os atos reuniram mais de 800 mil pessoas, segundos oficiais, em 312 cidades no Brasil e 35 cidades em 16 países no exterior.

“À medida que a vacinação vai avançando, mais trabalhadores e trabalhadoras começam a participar. Vai crescendo muito por causa disso, e as intituições democráticas percebem as dificuldades pelas quais nosso país vai passando, do ponto de vista da economia e da política e da forma como o governo vem tratando a questão sanitária da pandemia”, analisa Juruna.

O dirigente sindical considera que as centrais sindicais deram mais força ao movimento, neste ato, ao convocar todos os seus sindicatos. Mas, além disso, essa crescente de mobilização vai num respeito a todas as tendências democráticas que queiram enfrentar Bolsonaro. “Não tem uma agremiação melhor que a outra, é fortalecer o Fora, Bolsonaro”.

As mobilizações vêm se acumulando, desde o início da CPI da Covid, numa crescente de mobilização nas redes sociais dos mais amplos setores. Para Juruna, as mobilizações desse sábado lembraram as mobilizações das “Diretas, Já”, que começaram na Praça Charles Muller, no pacembu. “Depois foram se incorporando outras tendências e organizações da sociedade civil. Quem comecou tem que estar aberto a incorporar posturas democráticas”, recomendou o dirigente sindical.

Juruna considera uma atitude provocativa de Bolsonaro amanhecer o domingo criticando um ato isolado de violência dentre centenas de milhares de manifestantes que foram às ruas. “A organização dos nossos atos têm que estar atenta a gente que sai do comando, atento que essa não é a atitude da organização, senão podemos correr o risco de por um ou outro elemento infiltrado, gente que faça perder o noticiário ou o comando da manifestação”, opinou Juruna sobre black blocks que destruiram os caixas eletrônicos de uma agência bancária na Rua da Consolação, em São Paulo.

Para o sindicalista, Bolsonaro erra ao não ver o “conjunto da obra” dasa manifestações do país como um todo. Para ele, ver um “defeitinho” das manifestações e tentar transformar isso em tudo, acaba deixando de ver a enorme insatisfação popular com seu governo.

A reação, inclusive, é típica de alguém que está acuado. Porque o clima é de simpatia com o movimento, na opinião de Juruna, inclusive na imprensa, de querer enfrentar a postura de Bolsonaro.

O dirigente da Força Sindical também destacou a importância de bandeiras do PSDB, Cidadania e Avante nas manifestações. Para ele, as bandeiras de luta são diversas, mas todas questionando a postura do Bolsonaro na condução do governo. Isso é o que importa nesse momento.