Omar Aziz aciona STF diante do silêncio na CPI da diretora da Precisa

O senador Renan Calheiros, relator da CPI, fez da primeira pergunta um teste com a depoente: “Qual a sua função na empresa?”. “Por orientação dos advogados me reservo ao direito de permanecer calada”, respondeu Emanuella Medrades

Emanuella Medrades fica em silêncio na CPI (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Diante do silêncio da diretora técnica da Precisa Mendicamentos, Emanuella Medrades, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu nesta terça-feira (13) a sessão a CPI da Covid. Ele ingressou com embargo de declaração no Supremo Tribunal Federal (STF) para saber o limite da decisão do ministro Luiz Fux, presidente da corte, que concedeu habeas corpus a depoente para que ela permanecesse em silêncio apenas nas perguntas que possam lhe incriminar.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, fez da primeira pergunta um teste com a depoente: “Qual a sua função na empresa?”. “Por orientação dos advogados me reservo ao direito de permanecer calada”, respondeu Medrades.

O relator ainda assegurou que não faria qualquer pergunta que pudesse levá-la a se incriminar. Ela não respondeu qual o seu vínculo profissional com a Precisa Medicamentos. Por 6 vezes, ela disse que ficaria em silêncio.

Omar Aziz suspendeu sessão para consultar o ministro Luiz Fux sobre a extensão do habeas corpus que permitiu à depoente ficar em silêncio. O ministro mandou avisar aos senadores que poderia recebê-los para esclarecer o assunto.

“É uma pena que o Brasil todo, com mais de 534 mil mortes, e a gente tenha que passar por isso aqui e a gente não consiga investigar. Não consiga investigar o mínimo, o mínimo, o mínimo. Ontem (a depoente) foi ouvida na Polícia Federal. Aí, mais tarde, na véspera, é concedido um habeas corpus para ficar em silêncio. Pelo amor de Deus! Não querem investigar quem é culpado por essas mortes e por que a gente não comprou vacina?”, desabafou o presidente da CPI.

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