PV aprova federação com PSB, PCdoB e PT e amplia frente contra Bolsonaro

Para José Luiz Penna, dirigente do PV, a federação sinaliza uma frente democrática contra Bolsonaro.

José Luiz Penna, dirigente do Partido Verde

Os diretórios estaduais do Partido Verde se reuniram, nesta segunda (20), e concordaram sobre a formação da federação partidária com PCdoB, PSB e PT.

O presidente do PV, José Luiz Penna, também sinalizou à Folha de S. Paulo, após a reunião, um apoio à candidatura do ex-presidente Lula, considerado por ele o candidato mais viável deste campo partidário.

O presidente do PV também comentou a aproximação de Lula e Geraldo Alckmin (sem partido) consolidada no jantar do último domingo (19), em São Paulo. Para ele, é um sinal de que a candidatura desse grupo político que formar a federação é por uma frente democrática e não só do PT.

“É um sinal muito positivo porque não é uma candidatura do PT, é de uma frente democrática como a gente sempre idealizou. É um engano achar que essa eleição vai ser um passeio, uma coisa fácil. Temos que criar um contingente grande de partido para derrotar essa ameaça autoritária”, disse Penna à Folha.

“É hora de unirmos quadro contra este governo que arrasa o país. A Gleisi se mostra muito favorável, com certeza marcharemos juntos”, diz ele, na semana passada, quando se discutia o assunto.

Penna também contou que se reuniu na quinta (16) com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O objetivo é tentar atrair uma Rede para a federação e aumentar ainda mais o grupo de partidos.

No artigo “Uma escolha nada difícil“, no site oficial do PV, o secretário de Mobilização Nacional e Presidente do PV/RS, Márcio Souza da Silva, defendeu a aproximação com a “esquerda tradicional” para combater o que ele considera “um novo modelo de ditadura institucional”, com Bolsonaro.

Seu argumento principal é a defesa da democracia e a necessidade do PV não errar na estratégia num momento crucial em que “a democracia involuiu, a população mais carente ficou ainda mais pobre, direitos civis, sociais inacessíveis e trabalhistas foram suprimidos e a democracia cambaleou, bem como os índios, mulheres e minorias foram atacados e marginalizados”.

Para ele, não há outra saída para o PV, já que qualquer terceira via estaria inviabilizada, segundo observa ele. Para ele, há o risco do PV ficar como colaboracionista, em vez de resistência a “esse arremedo de ditadura da imbecilidade, da irracionalidade, do terraplanismo”.

Segundo o TSE, o PV conta com 361.452 eleitores filiados. O partido nasceu na década de 1980 baseado nas tendências ambientalistas.

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