Em “ato falho”, Bolsonaro liga morte do miliciano Adriano a Marielle
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que o presidente “se entregou” ao fazer relação entre os dois casos
Publicado 08/04/2022 15:01 | Editado 08/04/2022 20:33
O presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu um “ato falho” ao comentar os desdobramentos do caso do miliciano Adriano da Nóbrega durante transmissão nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (7). Mesmo sem a comprovação das autoridades de que os dois crimes estão relacionados, Bolsonaro citou o caso de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro, em 2018.
Na quarta-feira (6), o jornal Folha de S.Paulo noticiou que a irmã de Adriano acusou o Palácio do Planalto de oferecer cargos em troca do assassinato do miliciano. As mensagens foram enviadas dois dias depois do assassinato de Nóbrega.
Durante o comentário sobre o assunto, o presidente surpreendeu ao trazer o caso de Marielle à mesa e aproveitou para dizer que não tinha “motivo nenhum” para ser acusado como mandante do crime.
Ao se referir à irmã de Adriano da Nóbrega, Daniele da Nóbrega, Bolsonaro disse: “Nunca conversei com ela, pelo que eu lembre.”
“Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar Marielle Franco. Motivo nenhum, zero, não dá nem para discutir mais. Os áudios dela, pelo que tomei conhecimento, ela se equivocou: em vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou Palácio do Planalto”, declarou.
O presidente ainda criticou uma publicação no Twitter do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que chamou a família Bolsonaro de “mafiosa”. “É público que o miliciano tinha relações íntimas com a família Bolsonaro e a hipótese de queima de arquivo sempre esteve à mesa”, escreveu Orlando.
Depois do “ato falho” de Bolsonaro, Orlando Silva disse que o presidente “se entregou” ao fazer relação entre os dois casos. “O próprio Bolsonaro se colocou na cena do crime. Eu não relacionei os áudios sobre o assassinato do PM Adriano Nóbrega com a Marielle. Mas peixe morre pela boca, né? O capitão engoliu a chumbada”, disse Orlando Silva.
Fonte: Brasil de Fato