Blocos de São Paulo estimulam jovens a tirarem o título de eleitor

Ativismo político esteve marcado em cortejos na capital paulista, segundo informa a Folha de S. Paulo neste domingo (24).

titulo de eleitor - Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

A menos de seis meses da eleição, blocos de Carnaval de rua que decidiram sair neste feriado em São Paulo empenharam-se na politização dos foliões. Segundo informa a Folha de S. Paulo, o coletivo Arrastão dos Blocos, que reúne quase cem grupos independentes, combinou algumas campanhas, entre elas a de pedido aos jovens que tirem o título de eleitor. A campanha menciona ainda a possibilidade de regularização do documento até 4 de maio, último dia do prazo concedido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Lira Alli, uma das integrantes do Arrastão, disse à Folha que o “movimento surgiu em 2016 contra o golpe que tirou Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República”. De acordo com o jornal, os blocos têm divulgado as campanhas em suas redes sociais e durante o cortejo. Durante a festa do Vai Quem Quer, na tarde da última sexta, os cantores disseram que é importante manter o título de eleitor regularizado para a esquerda vencer e, assim, haverá “outro Carnaval em outubro”.

Charanga do França, que ocupa as ruas do entorno da Imaculada Conceição na Santa Cecília desde 2015, fez o apelo em suas redes sociais. “Quer mais Carnaval em outubro? Regularize seu título de eleitor e convença um jovem a tirar o título”, dizia uma postagem do bloco no Instagram.

Bloco Feminista também pediu regularização do título, disse “Fora, Bolsonaro” e ainda abordou outros temas considerados “politizados”, como a questão do assédio, durante seu cortejo na tarde da última sexta na Barra Funda. “Todos os blocos são políticos, não tem nenhum que não seja, e o [Bloco] Feminista nasceu dos atos contra o Bolsonaro, então temos sim um viés político, não tem como”, explicou à Folha Juliana Matheus, uma das organizadoras do cortejo.

bloco do Fuá, que desfila no Bexiga há dez anos, aderiu à campanha do Arrastão e, em suas redes sociais, faz postagem contrárias ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Marco Ribeiro, um dos líderes do movimento, disse à reportagem que o bloco do Fuá é laico e democrático. Ainda de acordo com o jornal, o bloco instalou logo na entrada da rua Conselheiro Ramalho varais com bandeiras de oposição ao governo Bolsonaro. Entre elas, havia frases como “Sua vida vale 1 dóllar” e “Fora Bolsonaro”. Outra tinha o rosto de Lula e a frase “a verdade vencerá”.

Com informações da Folha de S. Paulo.