1,8 milhão de famílias entram na pobreza extrema nos dois primeiros meses deste ano

Inscrições no CadÚnico saltaram 11,8%, segundo informa o jornal Hora do Povo.

Foto: Reprodução das Mídias Sociais

O número de famílias em situação de extrema pobreza inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) saltou 11,8% em 2022. São mais 1,8 milhões de famílias apenas nos dois primeiros meses do ano. Em fevereiro, de acordo com a última atualização dos dados no site do Ministério da Cidadania, 17,5 milhões de famílias brasileiras viviam com renda per capita mensal de até R$ 105.

O ano de 2021 terminou com 15,7 milhões de famílias cadastradas. Quando a pandemia de Covid-19 atingiu o Brasil, em março de 2020, 13,5 milhões de famílias estavam registradas no programa. De lá para cá, a alta foi de 22,8%, segundo informa o portal do jornal Hora do Povo.

Com o corte do Auxílio Emergencial em outubro de 2021, o número de famílias em situação de extrema pobreza disparou, representados no número atual. Em 5 meses, mais de 2,5 milhões de famílias nessa faixa de renda se inscreveram no sistema do CadÚnico.

Essa alta foi de 14,1%. No auge dos efeitos do benefício, a pobreza diminuiu no país, mesmo diante da pandemia. Em 2019, 6,6% dos brasileiros estavam em extrema pobreza e 24% em pobreza não extrema. Em julho de 2020, no entanto, essas taxas tinham caído para 2,4% e 20,3%.

Os números refletem o desastre social, político e econômico no qual o país foi mergulhado nos últimos anos. O aumento do número de famílias na pobreza extrema acompanha o aumento da taxa de desemprego no país, que deve ficar entre as maiores do mundo em 2022, segundo levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, elaborado a partir das novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global.

No ranking, que inclui as projeções do FMI para um conjunto de 102 países, o Brasil aparece com a 9ª pior estimativa de desemprego no ano (13,7%), bem acima da média global prevista para o ano (7,7%), da taxa dos emergentes (8,7%) e é a 2ª maior entre os membros do G20, atrás só da África do Sul (35,2%).

O levantamento da Austin mostra que o Brasil registrou a 16ª pior taxa de desemprego do mundo em 2021. No ano anterior, tinha ficado na 22ª posição no ranking. Desde 2016, o desemprego no Brasil supera os dois dígitos. A mínima da série histórica do IBGE foi registrada em 2014, quando ficou em 6,9%.

Fonte: Portal do jornal Hora Do Povo