Unidade e força de Lula podem eleger Freixo no Rio

A derrota de Jair Bolsonaro e seus aliados no território fluminense é considerada uma vitória bastante relevante para o campo popular e progressista

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O Rio de Janeiro, capital da República por décadas, tem uma relevância ímpar no processo das eleições no Brasil. O estado é o terceiro maior colégio eleitoral do país e costuma ser decisivo no pleito presidencial.

Nas eleições de 2022, o Rio de Janeiro se torna ainda mais relevante para a frente ampla que vem se formando em torno de Luiz Inácio Lula da Silva pois o estado é o berço do bolsonarismo. A derrota de Jair Bolsonaro e seus aliados no território fluminense é considerada uma vitória bastante relevante para o campo popular e progressista.

As últimas pesquisas realizadas no estado apontam a vantagem de Lula sobre o atual presidente tanto no primeiro quanto no segundo turno nas eleições de outubro. A força de Lula no Rio de Janeiro é tamanha que a popularidade eleitoral do ex-presidente pode alavancar as candidaturas de seus aliados.

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A pesquisa mais recente divulgada no estado foi realizada pelo Ipec, instituto criado por ex-diretores do Ibope, e mostra números positivos para o campo político de Luiz Inácio Lula da Silva.

Os pesquisadores do IpecC ouviram presencialmente 1.008 pessoas no Rio de Janeiro entre os dias 19 e 22 de maio. De acordo com o instituto, o grau de confiança da pesquisa é 95% e a margem de erro de 3%.

Lula lidera com 15 pontos de vantagem

Segundo o Ipec, o candidato da Federação Brasil da Esperança e do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil à Presidência da República aparece na pesquisa estimulada com 46% das intenções de voto no estado, enquanto Bolsonaro tem a preferência de 31% do eleitorado fluminense. Ciro Gomes permanece estagnado com apenas 4%.

Na pesquisa espontânea, Lula chega a 37% e Bolsonaro atinge 27%, mostrando que a maior parte da população do Rio de Janeiro já tem o voto bastante consolidado, o que inviabilizaria o crescimento da chamada “terceira via” no terceiro maior colégio eleitoral do Brasil.

Ato de apoio do PCdoB-RJ à pré-candidatura de Freixo | Foto: Reprodução

Quando são computados apenas os votos válidos, o percentual de Luiz Inácio Lula da Silva chega a 54%. Ou seja, se dependesse dos eleitores do Rio de Janeiro, o petista voltaria à Presidência da República com uma vitória no primeiro turno.

A vantagem expressiva de Lula no estado também é explicada pela alta rejeição de Bolsonaro. O Ipec aponta que 49% dos eleitores fluminenses avaliam como “ruim ou péssima” a gestão de Jair Bolsonaro na Presidência.

Marcelo Freixo em empate técnico com Cláudio Castro

A pesquisa Ipec revelou que a corrida pelo Governo do estado do Rio de Janeiro está bastante acirrada e que Marcelo Freixo segue com condições reais de vencer a eleição e derrotar o candidato de Bolsonaro.

Segundo o levantamento, o atual Governador atinge 18% das intenções de voto, mas Marcelo Freixo vem logo em seguida com 17%. Outros nomes progressistas também aparecem com uma porcentagem consistente, o que sublinha a necessidade de ampliar o diálogo para a formação de uma frente ampla contra o bolsonarismo no Estado.

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O ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT) chega a 8%, Eduardo Serra (PCB) a 6%, Cyro Garcia (PSTU) a 5%, e o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz (PSD), a 2%. Os votos nulos ou brancos somam 25%.

Eleição para o Senado pode ser decidida pela popularidade de Lula

Um dos dados mais relevantes da pesquisa Ipec é sobre a corrida por uma vaga no Senado Federal. Os números podem ser drasticamente alterados com a associação da figura de Lula ao candidato do PT, André Ceciliano, que atualmente preside a Alerj.

De acordo com um dos cenários analisados no estudo, Romário (PL), que aparece à frente com 29%, é seguido por Cabo Daciolo (PDT) com 10%, Alessandro Molon com 8%, Daniel Silveira (PTB) também com 8%, André Ceciliano (PT) com 6%, e Luciana Boiteux (Psol) com 4%. Brancos e nulos somam 24%.

Entretanto, quando o instituto associa Lula a André Ceciliano, o pré-candidato petista ao Senado Federal salta para 40% das intenções de voto, assumindo a liderança. Romário, ao ser atrelado a Jair Bolsonaro, também cresce, mas alcança apenas 34%.

O Ipec não fez o mesmo movimento com o candidato do PSB ao Senado, Alessandro Molon. O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) seguem dialogando para fechar um acordo em torno de uma candidatura única para essa importante disputa que pode tirar a cadeira do agora bolsonarista Romário.

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