Após três meses, acaba greve no Banco Central
BC informou que divulgação de estatísticas será retomada gradualmente. Servidores deverão manter lentidão em alguns serviços, por não terem garantido reajuste salarial.
Publicado 05/07/2022 19:38 | Editado 06/07/2022 12:00
Após mais de três meses de greve, os servidores do Banco Central (BC) aprovaram o retorno ao trabalho em assembleia sindical nesta manhã. A mobilização se iniciou em 1o. de abril, após notícias de que não haveria reajuste para servidores federais, somente para policiais.
O Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal) informou que a mobilização “cumpriu seu papel”. O BC enviou ao Ministério da Economia propostas para a reestruturação da carreira, que envolve aspectos não salariais, e para a criação de uma gratificação por produtividade. Como não foi atendida na reivindicação salarial, a categoria voltará ao trabalho, mas pretende continuar o movimento com operações padrão, para tornar mais lentos projetos internos.
Em nota, o sindicato informou que, apesar do fim da greve, novas atividades de mobilização e protesto estão sendo debatidas no âmbito da categoria e serão divulgadas ao longo das próximas semanas. A entidade assegurou que o movimento não prejudicou a prestação de serviços essenciais ao longo dos últimos três meses, como o Pix.
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Serviços estatísticos
Por meio da assessoria de imprensa, o BC informou que a divulgação de estatísticas será retomada gradualmente.
O boletim Focus (pesquisa semanal com instituições financeiras), o fluxo cambial, o Relatório de Poupança e a taxa Ptax diária (taxa média de câmbio que serve de referência para algumas negociações), foram suspensos ou ocorrem com bastante atraso desde então. Projetos especiais, como a expansão do open finance e a segunda fase de consultas de saques de valores esquecidos, estão suspensos.
Só serviços considerados essenciais estão sendo executados, como as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o Pix e a divulgação do déficit primário no primeiro quadrimestre.
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Reivindicações
Os funcionários do BC reivindicavam a reposição das perdas inflacionárias nos últimos anos, que chega a 27%. Eles também pediam a mudança da nomenclatura de analista para auditor e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC. Com a negativa do governo em conceder aumentos, eles se concentraram na elaboração de um novo plano de carreiras.
Desde o início do ano, diversas categorias do funcionalismo federal trabalham em esquema de operação-padrão ou fazem greve porque o Orçamento de 2022 destinou R$ 1,7 bilhão apenas para reajuste a forças federais de segurança. No fim de abril, o governo confirmou que estudava um aumento linear de 5% para todo o funcionalismo, mas, no início de junho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, descartou a concessão de reajustes em 2022.
Com informações da Agência Brasil