Aluguel dispara e atinge o dobro da inflação; veja quanto aumentou nas capitais

De acordo com o Índice FipeZap+, o aluguel subiu, em média, 9,49% desde janeiro, quase o dobro da inflação no país no período, de 5,49%.

Foto: Gustavo Carneiro

Com a alta dos juros, muitos brasileiros resolveram adiar o sonho da casa própria tornando o mercado de aluguel de imóveis mais aquecido. Outro fator considerável foi o retorno ao trabalho presencial. Isso fez com que muitos brasileiros que haviam se mudado para cidades interioranas durante a pandemia, retornassem às capitais – contribuindo para o aumento dos contratos de locação. Em muitas capitais, a alta ficou bem acima da inflação.

Segundo o Índice FipeZAP+* de Locação Residencial**, no primeiro semestre, o aluguel subiu em média 9,49%, – variação que supera a inflação acumulada pelo IPCA/IBGE, de 5,49%, e pelo IGP-M/FGV, de 8,16%, nesse mesmo intervalo temporal.

Das 25 cidades monitoradas, 24 registram elevação nos preços de locação residencial no período. Em Goiânia houve alta de 19,55%, em Florianópolis, de 18,6%, em Salvador, de 15,26% e em Fortaleza de 13,66%. Mesmo com os reajustes, o preço por metro quadrado nestas regiões segue abaixo de mercados como São Paulo (SP), onde sai por R$ 42,84m², e Rio de Janeiro (RJ), por R$ 35,50m². O valor para locação no Rio subiu 10,8% desde janeiro.

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Segundo Pedro Tenório, economista do DataZap+, “o valor dos aluguéis vem subindo desde outubro do ano passado e acelerou neste ano com o avanço da vacinação, o mercado de trabalho respondendo positivamente. Tudo isso possibilita que os proprietários repassem preços para inquilinos. Os donos se veem ainda mais tentados em repassar com o aumento do IPCA”, afirma.

Na última quarta-feira (3) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reajustou a taxa de juros para 13,75% ao ano. Essa foi 12º alta desde março de 2021 quando a taxa era de 2% ao ano. Devido a esse salto nos juros, muitos brasileiros que já estavam com a chave da casa própria quase na mão adiaram os planos, em razão do alto custo do financiamento e do risco de inadimplência.

Veja tabela abaixo:

Fonte: FipeZAP+, IBGE, FGV e Banco Central do Brasil.

Um outro levantamento feito pelo Quinto Andar mostra que o valor do metro quadrado no RJ registrou, neste primeiro semestre, a maior alta no preço desde 2020, com um crescimento de 9,5%, o maior de toda a série histórica. Nesse sentido, o valor médio na Cidade Maravilhosa chegou a R$ 33,86 por m². Esse também foi o décimo mês consecutivo de alta, reforçando o cenário de aquecimento do mercado imobiliário na capital. Em 12 meses, o valor médio do metro quadrado subiu 14,66%.

“As pessoas estão se segurando, evitando assumir financiamento de longo prazo com juros altos, eleições. E as aplicações competem com quem vai pagar à vista. Vale mais a pena manter o dinheiro em uma aplicação que rende ao menos 12% ao ano e pagar o aluguel com o que receber”, afirma o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider.

*O Índice FipeZAP+ é o primeiro índice de preço com abrangência nacional que acompanha os preços de imóveis residenciais e comerciais. O índice é calculado pela Fipe com base em informações anúncios de imóveis (apartamentos prontos, salas e conjuntos comerciais de até 200 m²) para venda e locação veiculados nos portais ZAP+.

** Desenvolvido em parceria pela Fipe e pelo ZAP+, o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 25 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na Internet. A metodologia está disponível em http://www.fipe.org.br

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Com informações de agências

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