Lula encontra trabalhadoras domésticas e afirma compromisso com a categoria

Encontro realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC contou com depoimentos das trabalhadoras e foi acompanhado por Fernando Haddad, Geraldo Alckmin e Márcio França.

Reprodução: Canal Lula/YT

Neste domingo (4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, participou de encontro com trabalhadoras domésticas realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.

O candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), a candidata a vice-governadora Lúcia França (PSB), o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o candidato ao senado Márcio França (PSB) também participaram do ato.

Na sua fala Lula apontou que “92% de todo o trabalho doméstico no Brasil é feito por mulheres” e que “65% das trabalhadoras domésticas são mulheres negras”.

“Temos 5,2 milhões de trabalhadoras domésticas no Brasil. Destas 4 milhões não tem carteira profissional assinada. O número de domésticas com carteira assinada caiu 5% entre 2019 e 2021. E o rendimento das domésticas é menos da metade do rendimento médio do trabalhador brasileiro”, completou.

O ex-presidente apontou estes dados e disse que se compromete a atender as pautas da categoria recebidas por ele na ocasião.

Ainda expôs que “as mulheres assinaram 89% das escrituras do Minha Casa Minha Vida”, ao dizer que esta foi uma escolha consciente do seu governo para priorizar as mães chefes família.

Propostas

Em vídeo reproduzido no evento foram elencadas medidas destinadas às mulheres realizadas quando Lula foi presidente: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pec das Domésticas (com salário-maternidade, auxílio-doença, aposentadoria), Lei Maria da Penha e o Disque 180 (denúncias de violência contra as mulheres), entre outras.

Entre as propostas para o público feminino, foram indicadas a recriação do Ministério da Mulher, a expansão da patrulha Maria da Penha em parceria com as guardas municipais e a ampliação do programa Casa Abrigo para atender mulheres vítimas da violência.

Trabalhadoras

Cleide Silva Pereira, presidenta em exercício da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), representando Luiza Batista, entregou para Lula um documento com as pautas da categoria em nome de todos os sindicatos filiados.

A diretora do Sindicato de Trabalhadores Domésticos do Município de São Paulo e da Fenatrad, Diana Soliz, trabalhadora doméstica boliviana que está no Brasil há 26 anos, pediu para que Lula, caso eleito, olhe com carinho para as trabalhadoras imigrantes.

“A trabalhadora doméstica imigrante continua invisível. Não tem direitos garantidos porque são imigrantes. Essa é uma luta que gostaria que o senhor pensasse com carinho”, pediu Soliz.

Também deram os seus depoimentos a trabalhadora Creusa Maria Oliveira, presidenta de honra da Fenatrad, a trabalhadora doméstica de Campinas Clareni Silveira da Cruz, a trabalhadora de Piracicaba Eliete Ferreira Silva e a trabalhadora de Salvador, Valdirene Boaventura.

Diploma e voto feminino

Em seu discurso, Fernando Haddad destacou a educação promovida pelos governos do PT, em que ocupou o cargo de ministro da pasta, ao comentar as falas das trabalhadoras presentes que ressaltaram o orgulho em terem filhos e filhas com diplomas universitários.

“Os depoimentos de que seus filhos, por meio de programas que foram criados nos nossos governos, tem hoje um diploma universitário, fico muito convencido de que estávamos no rumo certo”, disse Haddad.

Geraldo Alckmin direcionou críticas que a Bolsonaro (PL) ao dizer que ele tem saudade da ditadura e da tortura. Em contraposição ressaltou Lula como um democrata e que é o povo quem irá decidir as eleições.

“Na democracia quem manda é o povo. É o povo que escolhe. Como é que pode escolher quem é contra a democracia, contra o voto? [Bolsonaro] Não é só contra a urna eletrônica, é contra o voto popular”, criticou Alckmin.

Já Márcio França centrou seu discurso no voto feminino, dizendo que a eleição será decidida pelas mulheres.

“Se dependesse só das mulheres do Brasil, o Lula estaria eleito no primeiro turno com folga”. E completou: “Estamos com muita esperança de que as mulheres possam ajudar a orientar os homens a pensar um pouco mais, a pensar na felicidade, na harmonia”, indicou França.

Também estiveram presentes na ocasião a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges Júnior, as ex-ministras Tereza Campello e Eleonora Menicucci, assim como Janja, Lu Alckmin e Ana Estela Haddad.