Denise Carvalho: para reconstruir o país é preciso derrotar Bolsonaro

A candidata ao Senado pelo PCdoB de Goiás, Denise Carvalho, defende um projeto de construção da cultura da paz no Brasil.

Em entrevista à TV Vermelho, a candidata da Federação Brasil da Esperança de Goiás que disputa vaga ao Senado pelo PCdoB, Denise Carvalho, afirmou que para reconstruir o país é preciso derrotar Bolsonaro já no primeiro turno.

A candidata classificou o governo Bolsonaro com uma visão “golpista e inoperante” que praticou um verdadeiro desmonte do Estado nacional. Para ela, o governo federal com o “anti-ministro” do Meio Ambiente, Ricardo Salles, “passou a boiada por cima de tudo”, causando uma devastação que destruiu o país e com ele vários biomas. Para ela, o futuro governo Lula terá muito trabalho para recuperar o devastamento ambiental causado pelo governo Bolsonaro

A candidata abordou também a “aberração que é o orçamento secreto” do governo Bolsonaro. Para ela, o orçamento teria que ser debatido e planejado com toda a sociedade. E para reconstruir o país, afirmou a candidata, é preciso derrotar o governo Bolsonaro já no primeiro turno.

Denise falou ainda do aumento da desigualdade social no país e em Goiás. Que as possíveis soluções devem ser encaradas como políticas de Estado. Defendeu o incentivo a agricultura familiar com acesso dessas pessoas às condições do trabalho na terra. “Precisamos de um modelo que seja gerador de renda para as comunidades. Dessa forma, defendeu um novo modelo sustentável de agricultura e pecuária de forma amigável com o meio ambiente.

Trajetória de luta

No início da entrevista, a candidata descreveu a sua trajetória política e tratou de temas como Educação e Ciência e Tecnologia, além de apresentar propostas que defende num eventual mandato no Senado.

Reconhecida liderança do movimento pula-catraca em Goiás nos anos de 1980, na luta pelo passe livre estudantil, Denise Carvalho foi eleita presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), da União Estadual dos Estudantes, da União da Juventude Socialista (UJS-GO) enquanto cursava Jornalismo na Universidade Federal de Goiás (UFG). Em sua primeira candidatura a vereadora de Goiânia, foi a segunda mais votada (1989 e 1990).

Deputada estadual por três mandatos, Denise presidiu comissões importantes na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) como da Educação e Cultura por oito anos e da Comissão de Turismo, de Mulheres e de Reforma Agrária.

Leia também: Os quatro desafios da campanha de Lula para vencer Bolsonaro no 1º turno

Foi autora de leis destacadas como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação estadual. “Goiás foi o primeiro estado a ter uma LDB após a aprovação da lei nacional, contou. Autora também da Lei Incentivo à Cultura no Estado, chamada Lei Goyazes e do Projeto da luta antimanicomial de reforma psiquiátrica no estado de Goiás.

“Foi uma atuação em todas as frentes de batalha do nosso povo”, ressaltou Denise na entrevista.

Ainda sobre sua atuação, a candidata contou que foi secretária estadual da Ciência e Tecnologia, e com Lula presidente da República, presidiu o Fórum Nacional de secretários de Ciência e Tecnologia e compôs o Conselho de C&T.

Como secretária estadual da Mulher e Igualdade Racial de Goiás, Denise informou que foi responsável por implantar um sistema estadual de enfrentamento à violência doméstica e familiar.

Com a presença do presidente Lula, inaugurou o Centro de Valorização da Mulher em apoio as mulheres do estado. “E um sistema inteiro de proteção a mulher, aumentamos de oito para 23 delegacias da Mulher em Goiás, e este trabalho nos rendeu até um prêmio nacional da Lei Maria da Penha em Goiás”, computou.

Leia também: Lula quer agro superior aos EUA, com preservação e menos agrotóxicos

Cultura da paz

A sua candidatura, salientou Denise, representa a construção da cultura da paz no Brasil e em Goiás. E em três níveis, explicou ela. “Nível pessoal onde as pessoas busquem a sua saúde física, mental, espiritual e emocional. No nível social de busca da paz nas comunidades com justiça social, prosperidade, igualdade e um terceiro nível da paz com o meio ambiente, onde seres humanos podem viver em equilíbrio e harmonia com as outras espécies que dividem conosco o planeta.

A candidata esclareceu que esse trabalho de cultura de paz se soma ao da sustentabilidade sócio ambiental e climática, pois, disse ela, as mudanças do clima hoje ameaçam a vida do planeta.

Denise ilustrou que sua militância, nestes “quarenta anos foi forjada por coerência de causas que me levaram a essa candidatura agora”.

Educação

A candidata destacou sua preocupação com a falta de investimento para o ensino do país. Para ela, os cortes de recursos se agravam do ponto de vista da Educação, primeiro que “afeta a educação de toda uma geração” que já sofre com esse trauma da pandemia e com cortes de verba isso se agrava, afirmou. A ex-deputada ressaltou também sua inquietação com o contingenciamento de verbas para a Ciência e Tecnologia, pois “cortar verbas para a ciência e tecnologia é você comprometer o futuro. A verba para pesquisa sofrendo interrupção acaba com aquele projeto e compromete todo o trabalho que foi realizado”, explicou.

Pesquisa e extensão

A pesquisa científica é a base dessa nova sociedade que a gente quer construir. Todo o programa de transição do governo Lula e Alckmin se apoia na questão da ciência e tecnologia. É uma nova transição para um novo modelo que não seja predatório da natureza e se apoia muito na pesquisa cientifica e na solução de base tecnológica e na busca de um modelo que não seja agressiva com o meio ambiente, que seja amigável com o meio ambiente”, frisou.

Denise ressaltou que para isso ocorrer, as universidades precisam estar fortalecidas, e que o governo Lula precisará de uma bancada federal forte para recompor todas as instituições que estão sendo sucateadas no país. Ela lembrou que mais de 70% das pesquisas cientificas realizadas no Brasil vem das universidades, “isso sem falar no papel social imenso”, completou.

Leia também: Lula defende escola integral como instrumento para melhorar a educação 

Cenário eleitoral em Goiás

Sobre as eleições no estado, Denise informou que a Federação Brasil da Esperança tem como candidato ao governo, o professor Wolmir (PT), oriundo da educação, ex-reitor da Universidade Católica de Goiás, que disputa a terceira colocação nas pesquisas. “E o nosso esforço é levar as eleições para o segundo turno para que possamos eleger o governador Wolmir”, completou.

A Federação Brasil da Esperança no estado tem a composição de quatro partidos: PT, PCdoB, PSB e PV.

Nove candidatos disputam uma vaga para o Senado em Goiás. Sete homens e duas mulheres.

Confira a íntegra da entrevista:

Autor