Bloqueios da PRF em pleno dia de votação deixam observadores alarmados  

Operações dificultam o tráfego especialmente em áreas onde Lula é favorito e mostram possível aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal em favor de Jair Bolsonaro

Operação na região Nordeste. Foto: reprodução

As denúncias em torno de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que podem estar prejudicando o acesso de cidadãos aos locais de votação durante o segundo turno neste domingo (30) — especialmente em áreas do Nordeste, onde Lula (PT) é favorito — está gerando uma série de denúncias nas redes, questionamentos e preocupações com relação ao aparelhamento  da corporação e da possibilidade de prejuízos ao livre exercício do voto. 

Segundo noticiou Jamil Chade, do Uol, tais operações preocupam observadores internacionais que acompanham o processo eleitoral no Brasil. Alguns deles teriam ficado “extremamente alarmados” com os bloqueios pelo potencial que têm de aumentar a abstenção e causar desequilíbrio na disputa. Há embaixadas que também estão acompanhando a situação e que a classificaram como “lamentável”. 

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A jornalista Andrea Sadi publicou, em seu blog no G1, que Anderson Torres, ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), manteve contato recente com assessores próximos do presidente e “tem ciência do mapa de integrantes da campanha do presidente em que foram apontadas as regiões do país em que o ex-presidente Lula é mais forte”. Sadi também destacou que o ministro teria sido escalado para colocar em prática  “o plano da campanha bolsonarista envolvendo o uso político da Polícia Rodoviária Federal”. 

A situação se torna ainda mais grave se considerada a predileção explícita do atual diretor-geral da PRF, Sivinei Vasques, por Bolsonaro. Neste sábado (29), ele publicou mensagem em suas redes sociais — e depois a apagou — pedindo voto para o atual presidente. 

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Até o início da tarde, foram realizadas mais de 500 operações da PRF, o que atenta contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deste sábado (29). A corte determinou, atendendo a ação da coligação de Lula, que tanto a PRF quando a Polícia Federal (PF) não deveriam realizar qualquer tipo de operação contra o transporte neste domingo. Diante da realização das ações em afronta à decisão, o TSE ordenou que a PRF interrompesse imediatamente as operações.