Estreias de seleções na Copa são marcadas por protestos
Irã, Alemanha, Inglaterra e Dinamarca levaram para dentro de campo manifestações.
Publicado 24/11/2022 14:03 | Editado 24/11/2022 14:16
A primeira rodada de jogos da Copa do Mundo de futebol masculino foi marcada por protestos. A seleção do Irã não cantou o hino nacional. Os ingleses se ajoelharam antes do início da partida. Os alemães se perfilaram para a foto com as mãos tampando a boca. Já a seleção da Dinamarca está utilizando uniformes monocromáticos e a comissão técnica é uma das mais críticas fora de campo.
O jogo entre Inglaterra e Irã teve protestos realizados pelas duas equipes. A seleção inglesa se ajoelhou, assim como acontece nos jogos do campeonato no país, em manifestação pela luta antirracista.
No caso da seleção iraniana o protesto foi contra o regime teocrático do país e a repressão que acontecem com as mulheres. O Irã está envolto em manifestações populares desde a morte da jovem Mahsa Amini, espancada pela “polícia da moralidade” por não utilizar o hijab (a vestimenta das mulheres com véu) como entendem ser o correto.
Nas arquibancadas, as iranianas, proibidas de ir ao estádio em seu país, assim como demais torcedores, protestaram com mensagens em camisas e faixas.
No caso da seleção alemã, o protesto foi direcionado à censura da Fifa, organizadora da Copa, que proibiu manifestações de apoio à comunidade LGBTQIA+, criminalizada no Catar. Diversas seleções pretendiam que o capitão da equipe entrasse em campo com uma braçadeira com as cores do arco-íris, em respeito à diversidade e aos direitos humanos.
No caso dos dinamarqueses os protestos começaram pelo uniforme utilizado. Com os uniformes monocromáticos, sem grandes contrastes além dos números, a ideia foi chamar a atenção para os direitos dos trabalhadores violados durante a organização do evento. Diversas denúncias foram realizadas de que trabalho análogo à escravidão foi utilizado para a construção dos estádios, além de mortes por falta de segurança no trabalho que ocorreram durante o processo.
Também por conta da proibição da braçadeira de capitão em protesto pela diversidade, a Confederação Dinamarquesa de Futebol chegou a anunciar em coletiva de imprensa que analisa se desfiliar da Fifa e não apoiar os atuais mandatários da organização.