Juiz Marcelo Bretas pode ser afastado do cargo em julgamento do CNJ

A jornalista Mônica Bergamo diz que tudo indica que o colegiado deve aceitar um processo disciplinar contra o magistrado e afastá-lo do cargo

Marcelo Bretas ao lado do ex-juiz Sergio Moro (Foto: Reprodução)

Conhecido como o “Moro do Rio de Janeiro”, o juiz Marcelo Bretas pode ser afastado do cargo no julgamento do próximo dia 7 de março pela corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com a colunista da BandNews FM Mônica Bergamo, tudo indica que o colegiado deve aceitar um processo disciplinar contra o magistrado, que precisará ficar afastado até a conclusão do julgamento.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), acusou o juiz no CNJ de lhe perseguir em processos para favorecer o ex-governador e ex-juiz Wilson Witzel, que sofreu impeachment por suspeitas de corrupção.

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Bretas abriu processo judicial contra Paes que concorria a eleição contra Witzel. O juiz da lava jato fluminense era muito próximo do ex-governador. Os dois, por exemplo, viajaram juntos num jato particular para participar da posse de Bolsonaro em 2019.

De acordo com o site Conjur, o advogado criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho, diz que o  juiz negociou penas, orientou advogados e combinou estratégias com o Ministério Público.

O relato de Nythalmar consta de acordo de delação premiada aceito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

À revista Veja, o advogado apresentou uma gravação na qual Bretas diz que vai “aliviar” acusações contra o empresário Fernando Cavendish, delator e que também chegou a ser preso pela lava jato.

“Você pode falar que conversei com ele, com o Leo, que fizemos uma  videoconferência lá, e o procurador me garantiu que aqui mantém o interesse, aqui não vai embarreirar”, diz Bretas.

“E aí deixa comigo também que eu vou aliviar. Não vou botar 43 anos no cara. Cara tá assustado com os 43 anos”, completou em seguida.

Leo seria o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, então coordenador da operação no Rio de Janeiro. Os “43 anos” se referem à decisão que condenou o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, o que gerou temor generalizado nos réus.

O juiz da 7ª Vara Federal no Rio ficou conhecido nacionalmente pelo processo que levou à prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que já se encontra solto. Ele também mandou prender o empresário Eike Batista.

Por causa da sua aproximação com políticos e em atos dos mesmos, ele chegou a ser punido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, a segunda instância da Justiça Federal no Rio.

Com informações da BandNews

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