López Obrador: EUA se julgam o “governo” do mundo

Crítica surge em resposta a um artigo publicado no The Wall Street Journal e a relatório do governo ianque.

Em entrevista coletiva matinal no Palácio Nacional, nesta segunda-feira (6), o presidente mexicano, Andréz Manuel López Obrador (conhecido como AMLO), rebateu artigo do ex-procurador-geral dos Estados Unidos no governo Donald Trump (2017-2021), William Barr, em parceria com o deputado Dan Crenshaw, publicado no The Wall Street Journal. No texto, os autores propõem a militarização da fronteira com o México com o argumento de que o atual governo mexicano tolera grupos de narcotraficantes.

López Obrador também se referiu ao fato de que em 27 de fevereiro o Departamento de Estado dos Estados Unidos apresentou seu relatório sobre terrorismo ao Congresso e nele mencionou que não há vínculo do México com grupos terroristas e que a cooperação é boa entre os dois governos.

No entanto, Obrador expressou que “é inaceitável que nos deem certificados, que digam se há ou não terrorismo no país”, e que isso ocorre pelo “hábito de acreditar que eles (os EUA) são o Governo do mundo”. Essas mostras de intervencionismo devem ser rejeitadas porque o México é um país independente e soberano, afirmou.

Sobre o que foi expresso pelo ex-procurador e pelo representante na Câmara Federal de invadir outro país com a desculpa de que visam terroristas do narcotráfico, o presidente mexicano disse que, embora seja pura propaganda, “devemos rechaçar tudo isso”.

Ele acusou o congressista do Texas de apresentar uma proposta de lei que visa autorizar o uso das Forças Armadas contra traficantes de fentanil (droga mais poderosa do que a heroína) acrescentando que ele e outros de seu grupo político estão sempre insultando o México para obter ganhos eleitorais.

Se ele se preocupa com o fentanil, como nós nos preocupamos, devemos buscar as causas no México e nos EUA. Existe o tráfico, mas por que existe o consumo? Por que existe o vício? O que está sendo feito nos EUA para dar outras opções aos jovens?”, questionou.

Fonte: Prensa Latina