Privatização faz lucro da Eletrobras cair 36%

Empresa teve prejuízo de R$ 479 milhões no quarto trimestre, com isso lucro líquido do balanço de 2022 foi de R$ 3,6 bilhões

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Eletrobras apresentou na segunda-feira (13) o balanço financeiro de 2022. Privatizada no ano passado, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 3,6 bilhões. Isto representa uma queda de 36% em relação a 2021.

Na apuração do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o valor somou R$ 11,3 bilhões, resultado 18% menor do que o ano anterior à privatização.

No comunicado à imprensa, a Eletrobras coloca que apresentou resultado negativo de R$ 479 milhões no quarto trimestre de 2022. A justifica se apega ao provisionamento de R$ 2,5 bilhões de provisão para a Amazonas Energia e R$ 1,2 bilhão de despesas com o novo Plano de Demissão Voluntária (PDV) e R$ 900 milhões de encargos oriundos da capitalização (aportes na CDE e projetos de revitalização de bacias).

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No quarto trimestre de 2021 o lucro havia sido de R$ 610 milhões, ou seja, como estatal foi apresentado lucro e ao passar para iniciativa privada teve prejuízo no mesmo período.

Segundo a empresa, espera-se economizar com o PDV cerca de R$ 95 milhões por mês nos próximos meses. Até fevereiro a empresa informou que teve mais de 2500 inscritos no plano com mais de mil demissões.

Com o plano, a empresa age para enxugar o valor gasto com salários e benefícios, revelando o sucateamento que pode ser transmitido para o serviço oferecido ao contratar novos funcionários por menor valor.

É importante destacar que o processo de privatização da maior companhia do setor elétrico da América Latina, a Eletrobras, realizada pelo governo Bolsonaro em 2021 foi fraudulento e ilegal, como aponta o engenheiro e diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel), Ikaro Chaves, em entrevista exclusiva ao Portal Vermelho.

Como informado, o presidente Lula considerou o processo doloso, uma vez que trouxe enormes prejuízos à União, e, por este motivo, solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) que se faça um estudo do processo para revisão dos termos e efeitos da venda da empresa.

*Com informações Eletrobras e agências

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