Carrefour é alvo de duas denúncias de racismo e Lula critica empresa

Ambos os casos acontecerem no feriado da Sexta-feira Santa (7), sendo um em Curitiba (PR), no Atacadão, que pertence ao grupo Carrefour; e outro no Carrefour de Alphaville (SP).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Nesta segunda-feira (10) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou publicamente o Carrefour após mais dois casos de racismo dentro da rede de supermercados virem à tona. Segundo o presidente, isso não será admitido no País. A declaração ocorreu durante reunião de cem dias de governo com ministros e líderes no Congresso, no Palácio do Planalto.

“O Carrefour cometeu mais um crime de racismo. Mais um crime. Um fiscal do Carrefour acompanhou uma moça negra, que ia fazer compra, achando que ela ia roubar, ela teve que ficar só de calcinha e sutiã para provar que ela não ia roubar”, disse o presidente. “A gente tem que dizer para a direção do Carrefour, se quiserem fazer isso no seu país de origem, que façam, mas neste país a gente não vai admitir o racismo que essa gente tenta impor ao Brasil”, completou.

A fala faz referência ao episódio conferido a atriz e professora Isabel Oliveira que no feriado da Sexta-feira Santa (7), a tirou a roupa e ficou apenas de calcinha e sutiã em uma unidade da rede Atacadão, que pertence ao grupo Carrefour, em Curitiba, no Paraná. Em vídeo compartilhado nas redes sociais, Isabel conta que foi perseguida por um funcionário durante meia hora. Para poder fazer compras, ela retornou e teve que ficar apenas de calcinha e sutiã para provar que não estava roubando.

“Entrei para fazer as minhas compras. Isso não dá para admitir. Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça,” disse no vídeo.

Segundo caso

Um dia depois, no sábado (8), o artista Vinícius de Paula, marido da bicampeã olímpica de vôlei Fabiana Claudino, também acusou o Carrefour de racismo. O caso, segundo afirmou em redes sociais, ocorreu na tarde de sexta (7) em uma unidade da rede em Alphaville, na região de Barueri, na Grande São Paulo.

Segundo ele, ao tentar passar pelo caixa preferencial, que estava vazio, a funcionária disse que não poderia atendê-lo, porque se surgisse alguém com direito de uso ela tomaria multa.

“Eu disse que, se isso acontecesse, eu daria o lugar pra essa pessoa”, escreveu Vinícius de Paula no Instagram. Na sequência, o artista contou que a atendente insistiu, e ele se dirigiu para a fila de outro caixa.

“Quando olho para trás, a atendente estava com uma cliente branca não preferencial no caixa”, continuou. “Fui querer entender o que aconteceu naquele momento. Obviamente ninguém soube me explicar, mas eu sei o que aconteceu”, publicou Vinicius, que é negro e citou em sua publicação o hipermercado como uma empresa com histórico racista.

Na ocasião, o presidente Lula mais uma vez criticou a rede de hipermercados. “Ontem vi que ocorreu mais um caso de racismo em um supermercado. Temos que dizer a direção da empresa que nosso país não aceitará uma situação degradante dessas.”

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com informações de agências

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