EUA provocam China com manobra militar próxima a Taiwan

Chineses já haviam advertido que independência de Taiwan e paz são “excludentes”; Elias Jabbour lembra que tentativa separatista não correspondente à verdade e justiça histórica

Foto ilustrativa de um caça chinês Chengdu J-20. Foto de Colin Cooke/ Creative Commons

As Forças Armadas dos Estados Unidos iniciaram uma grande manobra de guerra na região do Indo-Pacífico nesta terça-feira (11), como noticia o Estadão. O ensaio naval nas Filipinas pelos EUA é uma forma de expandir a presença militar na região próxima a Taiwan e confrontar o governo da China que se opõe às tentativas separatistas em seu território. Antes, o governo chinês advertiu sobre a tentativa de independência de Taiwan e a continuidade da paz na região.

Como já destacou o professor UERJ e membro do Comitê Central do PCdoB, Elias Jabbour, “Taiwan é parte da China há séculos e qualquer tentativa separatista não correspondente nem à verdade, nem tampouco à justiça histórica”.

Jabbour que é vencedor do “Special Book Award of China 2022”, pelo livro “China: O socialismo do século XXI”, publicado pela Editora Boitempo, indica que os “Estados Unidos usam Taiwan como uma base de provocação aberta à China na mesma proporção em que sua presença nos arredores da China só aumenta.”

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O professor indica que são cerca de 80 bases militares dos EUA cercando a China, próximas ao Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China.

Na manobra iniciada esta semana estão envolvidos 17 mil soldados estadunidenses em operação que conta com observadores militares da Austrália e Japão. Há notícias de que haverá uma simulação de defesa da Ilhas Spratly, território chinês reivindicado pelas Filipinas.

O aumento de exercícios militares na região pelo governo de Joe Biden acontece em um cenário de ofensivas contra o avanço tecnológico e comercial chinês. Taiwan se insere nesta disputa, pois é um dos maiores fornecedores de chips de última geração, alvo de interesse dos EUA.

Também consta nesta disputa o apoio chinês à Rússia, o que descontenta os países que se arvoram da hegemonia ocidental.

Para completar, Tsai Ing-wen, chefe de estado de Taiwan que não aceita mais o controle chinês, tem feito o jogo ocidental em busca de apoio e visitou os Estados Unidos na última semana, o que fez com que o governo da China realizasse manobras militares no estreito de Taiwan em uma escalada da tensão provocada pela interferência externa.

Foram três dias de manobras que simularam um cerco aéreo a Taiwan com caças, navio de guerra e porta-aviões em claro recado para que os EUA não respondam a uma tentativa de proteger a ilha em caso de necessidade pelo governo de Xi Jinping.

Ao fim das manobras consideradas um sucesso pelos chineses, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, foi claro: “a independência de Taiwan e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan são coisas mutuamente excludentes”, advertiu.

*Com informações Estadão

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