Equipe médica vai a julgamento pela morte de Maradona

Para justiça argentina, Maradona morreu por causa da atuação “deficiente e temerária” dos médicos. Oito acusados vão a julgamento e podem pegar até 25 anos de prisão

Foto: Reprodução

A justiça argentina determinou nessa terça (18) que a equipe médica acusada pela morte do astro Diego Armando Maradona irá a julgamento. A defesa dos réus havia entrado com recurso, mas foi negado pelo tribunal de segunda instância do país. Os oito acusados serão denunciados por homicídio simples com dolo eventual. Segundo a Justiça, Maradona morreu aos 60 anos por causa da atuação “deficiente e temerária” da equipe médica.

O campeão do mundo faleceu em Tigres, grande Buenos Aires, em novembro de 2020. O jogador se recuperava de uma cirurgia cerebral e teve um ataque cardíaco. Segundo um relatório independente feito a pedido do Departamento de Justiça da Argentina, Maradona estava “abandonado à própria sorte”.

Entre os denunciados estão o médico neurocirurgião, Leopoldo Luque, e a psiquiatra, Agustina Cosachov. O homicídio simples com dolo eventual tem pena entre oito a 25 anos de prisão. Os oito réus responderão o julgamento em liberdade.

Além dos citados, os outros acusados são o psicólogo, Carlos Ángel Díaz, a coordenadora médica e de enfermagem, Nancy Forlini e Mariano Perroni, respectivamente, o médico clínico, Pedro Pablo di Spagna e os enfermeiros Ricardo Omar e Dahiana Gisela Madrid.

No relatório médico citado, uma junta médica determinou que Maradona agonizou durante 12 horas antes de morrer e que “não estava em pleno uso das suas faculdades mentais”. Ainda segundo os médicos, se o paciente tivesse ingressado em uma clínica convencional suas chances seriam maiores.

A defesa afirma que o craque não seguia as recomendações médicas, o que segundo ela foi determinante para o agravamento do quadro clínico.

Considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos, Diego Armando Maradona Franco era um craque dentro e fora dos gramados. Em um dos maiores feitos da carreira, “el pibe de oro” foi protagonista da campanha campeã da seleção argentina na Copa do Mundo do México, de 1986.

Sua atuação política também foi destaque na sua vida. Maradona foi determinante para a conquista de quatro títulos pelo Napoli, um time do sul da Itália. Em um contexto de xenofobia e preconceito, o argentino foi campeão europeu em 88-89 e considerado um herói dos napolitanos.

Maradona também era apoiador da revolução cubana e amigo de líderes como Fidel Castro e Hugo Chavez. Em 2018, o argentino fez publicações em apoio a candidatura de Lula para as eleições presidenciais e, em 2019, comemorou publicamente a soltura do presidente.

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