Governo Lula bloqueia R$ 140 milhões das contas de garimpeiros ilegais

Na Terra Yanomami foram inutilizadas 70 balsas, 18 aviões, 12 helicópteros, 12 embarcações, 169 motores, 33 geradores, 327 acampamentos e dois portos

(Foto: Divulgação/PF)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o governo já bloqueou este ano R$ 140 milhões das contas de garimpeiros ilegais e de seus financiadores que atuavam na Amazônia, sobretudo na Terra Indígena Yanomami, localizada nos estados do Amazonas e Roraima.

Além do bloqueio, foram inutilizadas na região 70 balsas, 18 aviões, 12 helicópteros, 12 embarcações, 169 motores, 33 geradores de energia, 13.735 quilos de cassiterita, 327 acampamentos e dois portos de apoio logístico desmobilizados. Também houve 40 mandatos de busca e 43 prisões.

“[Isso é] fruto de operações realizadas neste ano mostrando, portanto, o peso desse mercado ilegal, que ameaça inclusive nossa soberania”, afirmou o ministro.

Dino explicou que já está na Casa Civil um projeto elaborado pela sua pasta para sanear a cadeia do ouro no país.

“Sobre o rastreamento do ouro, recentemente o Supremo [STF – Tribunal Federal] julgou uma ação declarando inconstitucional a lei que tratava da presunção da boa-fé da origem do ouro. Fixou um prazo de 90 dias para nova regulação, o ministério elaborou uma proposta”, explicou.

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Sobre a Terra Yanomami, o ministro esclareceu que 80% do trabalho de desintrusão já foi concluído.

“É muito importante que saibam que no atual momento nós estamos enfrentando líderes que são faccionados, que não são garimpeiros artesanais. Na região há infiltração de quadrilhas”, alertou.

Ele explicou que um dos que morreram no confronto com os agentes da Polícia Federal (PF) tinha uma ficha criminal extensa. “Há inclusive pessoas de outros países”, disse.

O ministro afirmou que as operações entram numa nova fase para retirar os garimpeiros ilegais que ainda resistem na região.

“Nós queremos sempre o caminho conciliatório, mas obviamente quando é necessário usar a força, eventualmente, nós temos essa possibilidade. Infelizmente, nós temos momentos em que o poder coercitivo do estado é necessário”, afirmou.

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