Eron Bezerra defende exploração sustentável de petróleo na foz do Amazonas

O Ibama negou o licenciamento para a Petrobras explorar petróleo a 160 quilômetros da costa do Oiapoque (AP) e a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ex-deputado estadual e federal pelo PCdoB do Amazonas, o pesquisador Eron Bezerra defendeu a viabilidade da exploração do petróleo na foz do Rio Amazonas. O Ibama negou o licenciamento à Petrobras que vai recorrer da decisão.

O impasse entre as pastas do Meio Ambiente e de Minas e Energia envolve a região conhecida como Margem Equatorial, que se estende do Oiapoque, no Amapá, até o litoral do Rio Grande do Norte.

A Petrobras, que se refere à região como o novo pré-sal, quer explorar petróleo a 160 quilômetros da costa do Oiapoque e aproximadamente 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas.

“Explorar de forma sustentável vai permitir um adensamento da população, uma elevação do padrão de vida e, naturalmente, isso deixará de ser uma terra de ninguém”, afirmou Eron Bezerra, que é doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia e diretor do Centro de Ciências do Ambiente (CCA) da Universidade Federal do Amazonas (UIfam).

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Cotado para assumir a recém-criada Subsecretaria para Amazônia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o pesquisador diz que a Petrobras detém tecnologia para minimizar os impactos ambientais.

“Eu não vejo honestamente como é que uma exploração em alto mar poderia ter maiores consequências do ponto de vista ambiental. Haverá impacto porque não existe atividade humana que não provoque impacto ambiental”, explicou.

Blocos de exploração localizados na bacia sedimentar da foz do amazonas (Imagem: Ibama)

Para ele, isso não pode ser visto como uma tragédia. “Eu não vejo qual é a consequência que isso teria especialmente pela tecnologia que a Petrobras domina em exploração de águas profunda com grande tecnologia”, defendeu.

“Se está fazendo isso em alto mar qual a dificuldade de fazer na foz do Rio Amazonas a 500 quilômetros de distância?”, indagou.

Portanto, o professor diz que o essencial é fazer a exploração com a tecnologia que provoque o menor impacto e a consequência que isso vai gerar do ponto de vista social.

“Isso é o que nós chamamos de sustentabilidade. E sustentabilidade não é, portanto, a intocabilidade. A sustentabilidade é uso racional dos recursos naturais tanto para conservar e preservar uma parte deles como para elevar o padrão de vida da população”, argumentou.

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