Justiça nega recurso de Piquet por R$ 5 milhões de multa por homofobia

Ex-piloto de Fórmula 1 fez comentários racistas e homofóbicos para se referir ao britânico Lewis Hamilton

Nelson Piquet, durante a entrevista em que chamou Hamilton de Neguinho Reprodução

Nelson Piquet, o empresário e ex-piloto de Fórmula 1, teve negado os embargos apresentados contra a decisão que o condenou a pagar R$ 5 milhões por danos morais pelas falas racistas e homofóbicas contra o piloto Lewis Hamilton. O britânico é único piloto negro que atualmente representa uma equipe na mais avançada modalidade de automobilismo.

A defesa de Piquet alegou que a decisão inicial não abordou todos os aspectos do caso, o que foi rebatido pela juíza responsável. Thaissa de Moura Guimarães alegou que ficou “indemonstrada a existência de omissão, obscuridade ou contradição” na sentença.

Piquet usou de palavras homofóbicas e racistas durante uma entrevista para definir Hamilton, a quem qualificou como “neguinho”.

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“O Keke? Era uma bosta. Não tinha valor nenhum”, afirmou sobre os ex-pilotos alemães Keke e Nico Rosberg, pai e filho, o segundo campeão mundial de Fórmula 1 em 2016, vencendo Hamilton. “É que nem o filho dele [Nico]. Ganhou um campeonato. O neguinho [Hamilton] devia estar dando mais o cu naquela época e ‘tava’ meio ruim”, completou.

“O ‘neguinho’ meteu o carro e deixou porque não tinha jeito de passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele é que só o outro [Verstappen] se f*deu (…) o ‘neguinho’ devia estar dando mais o c* naquela época”, afirmou Piquet.

Em resposta à repercussão da publicação em junho de 2022, Lewis Hamilton usou suas redes sociais para pedir mudanças de “mentalidades arcaicas”. Na época, Piquet se desculpou e afirmou que suas falas foram “mal traduzidas”.

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A negação do recurso é mais um revés para Piquet, que vem sendo envolvido em notícias policiais, desde que o jornal O Globo divulgou que a Polícia Federal investiga Jair Bolsonaro (PL) por ter surrupiado presentes e jóias dados por ditaduras árabes. Os presentes estavam escondidos numa fazenda de Piquet, a pedido de Bolsonaro, mesmo sendo considerados bens públicos.

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