Relatora da CPMI do Golpe apresenta plano e diz que não aceitará mentiras
“Se tiver falso testemunho na CPI, pedido de prisão será feito”, revelou Eliziane Gama, adiantando que não aceitará manipulação
Publicado 05/06/2023 16:50 | Editado 06/06/2023 15:13
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos fascistas do 8/1, a chamada CPMI do Golpe, vai apresentar nesta terça-feira (6) o seu plano de trabalho e, na quarta-feira (7), o colegiado deve analisar 750 requerimentos, dos quais 400 são para pessoas depor.
No 8 de janeiro deste ano, bolsonaritas invadiram e depredaram os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto, Câmara dos Deputados e Senado.
Ao Globo, neste domingo (4), a senadora antecipou como vai tratar os depoentes. “Se tiver falso testemunho na CPI, pedido de prisão será feito”, revelou a relatora que investiga o maior ataque à democracia desde a redemocratização do país.
“Nós não vamos aceitar avacalhar os trabalhos da comissão. E eu, como relatora, não vou aceitar achar que vem para a comissão tripudiar ou tentar manipular ou instrumentalizar o colegiado”, disse.
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Entre os nomes que devem ser convocados estão o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF) e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), titular da CPMI, apresentou requerimento para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) encaminhe à comissão os Relatórios de Inteligência Financeira a respeito de seis empresários bolsonaristas.
Em agosto do ano passado, eles foram flagrados no WhatsApp articulando um golpe de Estado caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse eleito presidente.
O parlamentar quer saber se os empresários financiaram os atos de 8 de janeiro. São eles: Luiz André Tissot (grupo Sierra Móveis), Marco Aurelio Raymundo (Mormaii), Meyer Joseph Nigri (Tecnisa), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), Jose Isaac Peres (Multiplan) e Jose Koury Junior (Barra World Shopping).
O senador Fabiano Contarato (ES), líder do PT no Senado, diz que é preciso apurar não apenas quem saiu nas fotografias, mas os incentivadores, os financiadores e os mandantes.
“Apesar das inúmeras tentativas de descredibilização do nosso sistema eleitoral, dos ataques recorrentes à democracia e da tentativa de golpe de 8 de janeiro, a democracia brasileira segue inabalável. Mas não podemos permitir que isso se repita. Quem fez ou incentivou esses ataques precisa ser devidamente e duramente responsabilizado”, defendeu.
Com informações do PT no Senado