Guerra e paz na Ucrânia, por Paulo Nogueira Batista Jr

“Os países percebem o barril de pólvora nuclear em que todos estamos sentados.” Veja a análise do economista Paulo Nogueira sobre os possíveis desfechos do conflito na Ucrânia.

Bandeira da Ucrânia em prédio destruído na cidade ucraniana de Mariupol | Foto: Alexander Ermochenko/Reuters (14.mar.2022)

“Os países percebem o barril de pólvora nuclear em que todos estamos sentados.” A análise do economista Paulo Nogueira Batista Jr. fala dos possíveis desfechos do conflito na Ucrânia e destaca a grave situação em que o mundo se encontra, com riscos crescentes, incluindo a ameaça de uma guerra nuclear. Nogueira faz uma analogia entre as décadas anteriores à Primeira Guerra Mundial e o panorama atual, apontava para semelhanças preocupantes. Assim como naquela época, existe uma potência emergente, a China, que desperta preocupações na potência hegemônica atual, os Estados Unidos. Além disso, há uma multiplicação de pontos de tensão e conflito que ameaçam grandes potências para uma guerra de consequências catastróficas.

O autor ressalta que, historicamente, a desativação de pontos de atrito gerou uma complacência, levando à crença de que uma guerra não ocorreria. No entanto, ele adverte que essa complacência pode ser perigosa, pois uma guerra atual seria nuclear e resultaria na destruição completa não apenas dos países envolvidos, mas de todo o planeta. Nesse contexto, o risco nuclear extremo e catastrófico precisa ser evitado a todo custo.

Nogueira explora três cenários possíveis para o desfecho do conflito ucraniano. O primeiro, parece improvável, seria uma vitória militar da Ucrânia. O segundo, menos improvável, seria uma vitória militar russa. Apesar do apoio que o ocidente dá à Ucrânia, a Rússia é muito superior em termos de militares, em termos econômicos, em termos populacionais em comparação com a Ucrânia. Por fim, o terceiro cenário é o prolongamento da guerra, de indefinição, com consequências tanto para os países envolvidos quanto para a economia global e outras regiões que sofrem as consequências ecônomicas da guerra.

Diante desse panorama, Nogueira destaca que países como o Brasil, China e Indonésia têm buscado, ao longo de 2023, atuar como mediadores entre as partes envolvidas no conflito. “Não é fácil. Os conflitos são muito persistentes, a desconfiança dos dois lados muito grande, e o esforço de paz será muito difícil e não renderá fruto no curto prazo, mais precisa ser tentado e acredito que continuará sendo tentado porque os países percebem um barril de pólvora nuclear em que nós todos estamos sentados.”

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