Mortalidade por uso de água imprópria no Brasil cai em 20 anos

Documento do Ministério da Saúde mostra que taxa de mortalidade saiu de 7,19 em 2000 para 4,14 por 100 mil habitantes em 2020. Tendência de queda envolve todas as regiões

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Boletim epidemiológico lançado pelo Ministério da Saúde aponta que houve uma redução significativa na taxa de mortalidade atribuída a serviços inadequados de água, saneamento e higiene nos últimos 20 anos no Brasil. Em 2000, a taxa era de 7,19 por 100 mil habitantes, enquanto em 2020, registou-se 4,14. Essa tendência de queda é observada em todas as regiões do país.

A Região Nordeste, que apresentou a maior taxa desde o início da série histórica, também evoluiu, passando de 9,84 em 2000 para 5,62 em 2020. O pico de mortalidade nessa região foi registrado em 2003, com uma taxa de 11,24, enquanto o maior valor para o Brasil como um todo (7,31) também ocorreu no mesmo ano.

O boletim aponta que “de acordo com a OMS, de todos os óbitos devido à diarreia em países de baixa e média renda, 54% a 65% são atribuídos a serviços inadequados de abastecimento de água (35%), esgotamento sanitário (31%) e higiene (12%), resultando em 829 mil óbitos anualmente. O referido estudo também aponta que os aspectos relativos à alimentação insegura, como alimentos contaminados pela água ou falta de higiene, também contribuem para os casos de mortes por diarreia”. 

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O documento foi lançado nesta semana, mundialmente dedicada à conscientização e luta pelo meio ambiente, e tem como foco o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pela ONU (Organização das Nações Unidas) e integrada por 193 países, inclusive o Brasil. Esse conjunto de propostas tem como pilares o desenvolvimento econômico e social e a proteção ambiental, de forma a proporcionar o equilíbrio necessário para efetivar o conceito de saúde adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Neste sentido, o boletim aponta a importância da vigilância em saúde ambiental para a concretização desse plano de metas, bem como do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua). 

Também destaca que resultados apresentados “mostram que, além das ações de vigilância relacionadas ao gerenciamento de riscos à saúde, se faz necessário o desenvolvimento de ações de assistência à saúde, pois entende-se que grande parte das mortes ocasionadas pelas doenças relacionadas aos serviços inadequados de WASH (acesso à água, saneamento e higiene de populações) são consideradas evitáveis se houver acesso em tempo oportuno a serviços de saúde resolutivos e qualificados. Além disso, é fundamental a intensificação dos investimentos em melhorias nas infraestruturas de saneamento, bem como na ampliação da sua cobertura”. 

Acesse aqui a íntegra do boletim.

Com informações do Ministério da Saúde

(PL)

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