53% aprovam a maneira de Lula governar, diz Ipec

Para a professora Mayra Goulart, da UFRJ, o quadro é “de relativa estabilidade” em favor do governo

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nova rodada da pesquisa Ipec, divulgada nesta sexta-feira (9) pelo jornal O Globo, aponta que 53% dos brasileiros aprovam a maneira como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está governando o Brasil. Em contrapartida, 40% a desaprovam.

Conforme explica O Globo, esse tipo de pergunta “só permite que o entrevistado diga se aprova ou desaprova, dando menos margem para aqueles que estão em cima do muro. As opiniões podem não estar tão claras quanto na escala de ‘ótimo’ até ‘péssimo’, mas exibem as propensões do eleitorado neste momento”.

Ainda assim, a notícia é um alerta para o governo Lula, já que a aprovação caiu ligeiramente desde o início do mandato. “A aprovação de Lula oscilou quatro pontos percentuais desde março, quando 57% diziam aprovar o jeito que o petista administra o país. Já a desaprovação aumentou: foram cinco pontos, passando de 35% para 40% em três meses”.

Em outro recorte do levantamento, mais específico, 37% avaliam o governo como “ótimo” ou “bom”, 37% o consideram “regular” e 28% o julgam “ruim” ou “péssimo”. Na pesquisa anterior, em abril, as taxas eram, respectivamente, de 39%, 37% e 26%.

“Essas oscilações podem decorrer de uma acomodação natural da avaliação do início de governo, do ajuste entre desejo e percepção”, diz Márcia Cavallari, CEO do Ipec. “Apesar de termos alguns indicadores econômicos positivos recentemente, seus efeitos podem ainda não terem sido percebidos na prática pelos eleitores.”

Ao O Globo, a professora de Ciência Política Mayra Goulart, da UFRJ, diz que, no geral, o quadro é “de relativa estabilidade” em favor do governo. “Lula está perdendo onde pode perder – em camadas mais pobres, que não têm se demonstrado propensas a votar em um candidato antipetista. E está conseguindo atrair o segmento que ganha entre dois e cinco salários, no qual estão trabalhadores precarizados e autônomos, que antes estava muito associado ao bolsonarismo”, afirma.

A pesquisa foi realizada entre 1º e 5 de junho, em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

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