Governo Lula usa plenário da OMC para criticar aumento do protecionismo

“O Brasil, como país em desenvolvimento, quer uma OMC fortalecida e modernizada”, disse o chanceler Mauro Vieira

O primeiro dia reunião de chanceleres da OMC (Organização Mundial do Comércio), nesta quinta-feira (8), em Paris, foi marcada por duras críticas do governo Lula ao aumento do protecionismo comercial. Em seu discurso no plenário, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, denunciou a manobra dos países desenvolvidos, que recorrem à discursos supostamente sustentáveis para mascarar o protecionismo.

“O Brasil está bastante preocupado com o aumento do protecionismo em todo o mundo – e com a utilização de preocupações com a sustentabilidade como cobertura para medidas protecionistas”, disparou o chanceler. “O Brasil, como país em desenvolvimento, quer uma OMC fortalecida e modernizada, que incorpore em sua agenda temas de desenvolvimento, bem como a perspectiva do desenvolvimento sustentável, sem deixar de lado temas tradicionais, como agricultura.”

Na quarta (7), Vieira representou o Brasil na Conferência Ministerial da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ao discursar na sessão “Crescimento Sustentável e Inclusivo”, o ministro cobrou ajuda financeira aos países desenvolvidos como o Brasil.

“O desenvolvimento sustentável e a inclusão social são prioridades absolutas para o Brasil”, declarou, na ocasião. “Os aspectos econômicos, sociais e ambientais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem ser perseguidos de forma integrada e equilibrada, levando em consideração as necessidades e capacidades dos países em diferentes níveis de desenvolvimento.”

De acordo com o representante do governo Brasileiro, “é fundamental conceber medidas que promovam incentivos positivos, mais eficazes na promoção da proteção ambiental do que as ações punitivas. De forma contrária, medidas comerciais unilaterais e coercitivas, supostamente destinadas a fomentar a proteção ambiental, enfraquecem os princípios de instrumentos jurídicos internacionais essenciais”.

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