Operação no sul do Amazonas destrói 10 garimpos ilegais

Força-tarefa destrói dez garimpos ilegais e aplica R$ 4,5 milhões de multas na Floresta Nacional de Urupadi. A operação encontrou nove armas de fogo com os garimpeiros

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Dez garimpos ilegais foram destruídos pela Força Tarefa de Segurança Pública Ambiental na Floresta Nacional de Urupadi, na cidade de Maués (AM), região sul do Amazonas. A Operação Aurum foi deflagrada em 18 de maio e durou 17 dias e aplicou multas de R$4,5 milhões.

A Força Tarefa foi composta com agentes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Força Nacional. Também contou com auxílio de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Segundo a PF, a operação resultou na apreensão de 13 escavadeiras hidráulicas, um trator esteira, seis motocicletas, três quadriciclos, 61 barracos, 16 motores geradores de energia, 20 motores bombas, sete dragas. Outros equipamentos também foram confiscados pela operação, como embarcações e mercúrio.

Além das ferramentas para a prática do garimpo ilegal, nove armas de fogo foram encontradas pelos agentes e foram apreendidas.

Mineração em área sem autorização para lavra e dentro de Unidade de Conservação Foto: Reprodução

Riquezas naturais e preservação

Criada em maio de 2016, A Floresta Nacional de Urupadi abriga exemplares de pássaros e primatas endêmicos, ou seja, que só são encontrados naquela área. Só entre os primatas locais, há três espécies endêmicas (Mico manicorensis, Callibella humilis, Callicebus bernhardi) e nove consideradas vulneráveis à extinção.

Além disso, especialistas estimam que 800 espécies de aves vivam na região, o que equivale à quase metade de todo o conjunto de aves registradas no Brasil. Além disso, algumas das aves encontradas na região ainda são pouco conhecidas por cientistas – que também já apontaram a possibilidade de haver, na região, espécies de peixes ainda não descritas por especialistas.

Na mesma ocasião, o governo federal criou outras quatro unidades de conservação (UCs) federais (Área de Proteção Ambiental Campos de Manicoré; Reserva Biológica Manicoré; Parque Nacional do Acari e a Floresta Nacional do Aripuanã) e ampliou a área da Floresta Nacional Amana.

Na ocasião, o ICMBio sustentou que a criação das novas unidades de conservação entre as bacias dos rios Madeira e Tapajós representava “uma nova fronteira de desenvolvimento socioambiental”, reforçando ações conservacionistas no sul do Amazonas, região que, segundo o instituto, é de extrema importância ambiental.

Ao ampliar as unidades de conservação o governo federal assegurou que a medida permitiria “o incremento da economia local baseado no manejo florestal sustentável” e que, em parte da área seria possível desenvolver o ecoturismo, dadas a beleza natural da região. Quanto à Floresta Nacional de Urupadi, o Instituto Chico Mendes informou que a unidade proporcionaria “maior segurança para a Estação Ecológica (Esec) Alto Maués, contribuindo para a conservação de primatas que vivem na área”.

com informações de agências

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