Líderes estudantis defendem criação de Universidade da Integração Amazônica

Em artigo conjunto, lideranças estudantis apontam para a importância de uma universidade que integre os povos da Amazônia em defesa do desenvolvimento sustentável

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A defesa de uma Universidade da Integração Amazônica é tema de artigo assinado por três importantes lideranças estudantis que veem na proposta um passo importante para fortalecer as relações entre os países cujos territórios abarcam parte do bioma e como forma de garantir o desenvolvimento regional com preservação ambiental e soberania. 

Amanda Harumy, da secretaria-geral da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes (Oclae), Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e Vinícius Soares, presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) assinam artigo publicado nesta terça-feira (13) em O Globo em que discorrem sobre o assunto, estratégico na atual conjuntura. 

Lembrando de toda destruição causada pelo governo de Jair Bolsonaro na área ambiental e outras fundamentais para o país, os autores destacam que “é urgente que o Brasil reconstrua sua política de proteção da Amazônia, mas, para que isso seja algo enraizado no projeto do Estado brasileiro, é necessário projetar políticas estratégicas que cumpram nossas tarefas de proteção e soberania da região”. 

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O trio aponta ainda que “a proteção da Amazônia se soma a outra tarefa imprescindível: a integração regional desse importante território. Para alcançar a verdadeira integração da América Latina, devemos começar por uma política forte e complexa, a partir de uma epistemologia própria, que tenha como objetivo a defesa de nossa soberania e biodiversidade”. 

Neste sentido, as lideranças estudantis defendem a criação de uma Universidade da Integração Amazônica, uma instituição “temática e internacional como principal ferramenta para a construção dessa política, a partir do fomento de educação, pesquisa, ciência e tecnologia voltadas para a biodiversidade da Floresta Amazônica, com inclusão e participação dos povos inseridos nela e vizinhos”.

Ao mesmo tempo, salientam a importância da ciência e da tecnologia e seu elo com as riquezas naturais como elementos centrais para o desenvolvimento da humanidade e da integração entre os povos amazônicos que vivem nos territórios da Colômbia, Venezuela, Equador, Brasil, Bolívia, Guiana, Peru, Suriname e Guiana Francesa.

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Para dar conta do desafio, escrevem, “o primeiro passo fundamental seria a interligação das universidades da região, avançando no tema da cooperação regional a partir da educação. Criar um programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e professores do ensino superior, na teoria e prática, é determinante para a integração regional”. 

Ao concluir a análise, os autores destacam que “entre os debates e desafios, devemos apostar na criatividade perante a urgência de futuro, que deve sobrepor dualidades limitadas e priorizar a criação de empregos, renda e sustentabilidade na região”. 

Com O Globo

(PL)

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