CBF e Confederação Espanhola de Futubol lançam campanha antirracista

No próximo sábado, em Barcelona, a seleção brasileira enfrenta Guiné e, pela primeira vez jogará de camisa preta, em protesto ao racismo cometido contra Vinícius Jr.

Foto: Divulgação/ CBF

A campanha antirracismo “Uma só pele”, em apoio ao atacante brasileiro Vinicius Júnior, foi lançada oficialmente nesta terça (13) em Madrid, em encontro com os presidentes da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, e da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Durante o encontro foi revelado que o amistoso entre Brasil e Espanha, em março de 2024, uma das ações previstas pelo movimento de combate ao racismo, ocorrerá no estádio do Real Madrid, o Santiago Bernabéu.

No último dia 21, Vini Jr. foi alvo de ataques racistas pela 10ª vez no Campeonato Espanhol. Os insultos foram proferidos na derrota do Real para o Valência por 2 a 1.

“Queremos demonstrar que estamos juntos nisso e que há uma relação magnífica entre as duas federações. O futebol foi inventado para ser aproveitado, para transmitir valores, para as pessoas se divertirem e não para coisas negativas como gerar violência, muito menos dar espaço a pessoas que utilizam o futebol como escudo para transmitir algo negativo como um insulto racista ou qualquer tipo de violência”, afirmou Rubiales.

O presidente da CBF defendeu ações mais enérgicas das autoridades do futebol para coibir o crime de racismo.  Ele citou como exemplo as penalidades adotadas pela entidade, em fevereiro deste ano.

“Multas não bastam. Os clubes também precisam ser responsabilizados. A CBF foi a primeira federação de futebol a adotar sanções mais duras para casos de racismo, como redução de pontos na classificação do campeonato, fechamento de arquibancadas ou expulsão vitalícia”, detalhou Ednaldo Rodrigues. “Precisamos liderar uma campanha mundial para lutar contra esse vírus que envergonha a todos no futebol”.

Saiba mais em: “Vou até o fim contra os racistas, mesmo que longe daqui”, diz Vinícius Jr.

Saiba mais em: Campeonato espanhol nunca suspendeu uma partida por insultos racistas

No final de semana seguinte aos insultos racistas contra Vini Jr. na Espanha, a CBF promoveu a campanha “Com o racismo não tem jogo” com ações de combate ao preconceito racial em todos os jogos da oitava rodada do Brasileirão – de 27 a 28 de maio.

“Não há lugar para insultos racistas em nosso futebol”, enfatizou Rubiales. “É intolerável que eventos como o que aconteceu com o Valencia ocorram em nosso país”.

Inédito: seleção jogará de preto

O encontro dos dirigentes ocorre um dia após a apresentação de convocados da seleção brasileira em Barcelona, onde a equipe enfrentará a Guiné no próximo sábado (17), às 16h30 (horário de Brasília), no primeiro de dois amistosos da Data Fifa – o segundo será três dias depois, contra o Senegal, em Lisboa (Portugal).

Para o confronto, a seleção brasileira entrará em campo com um uniforme todo preto, fato inédito em 109 anos de história. O primeiro jogo da equipe foi em 1914, no qual seus jogadores usaram camisas e calções brancos. O tradicional uniforme da Seleção, com camisa amarela e calções azuis, foi adotado a partir de 1952. Portanto, há 71 anos.

“Desde o primeiro dia do meu mandato, essa questão é prioritária. Fizemos um seminário para tratar do tema, criamos um grupo de trabalho com 60 pessoas que se reúnem periodicamente para avançar em discussões e propostas”, disse Ednaldo, que destacou uma das últimas medidas da CBF na luta contra o racismo.

Nesse sábado (17), durante o primeiro tempo, todos os jogadores da Seleção vestirão preto. A equipe voltará a campo após o intervalo com a camisa amarela, que também vai ter uma alusão à luta contra o racismo.

“Somos a única federação de futebol do mundo que criou um dispositivo que prevê a perda de pontos por causa de atos de racismo. Isso está no texto do Registro Geral de Competições da CBF.”

com informações de agência*

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