Ministro fala em investimentos de R$ 70 bilhões em transportes

Renan Filho destaca que valor pode ser alcançado conforme superávit fiscal propiciado pelo novo arcabouço fiscal, uma vez que o atual teto de gastos estrangulou investimentos

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro dos Transportes, Renan Filho, indicou que os investimentos federais da pasta podem ficar próximos aos R$ 70 bilhões nos quatro anos de governo Lula. A afirmação foi feita pelo ministro em entrevista ao Valor Econômico.

Segundo ele, o dinheiro investido em rodovias e ferrovias pode ficar próximo a este número de acordo com metas de superávit fiscal alcançadas pelo Regime Fiscal Sustentável, conhecido como Novo Arcabouço Fiscal, que substituirá o atual teto de gastos.

Entre as metas de Renan consta melhorar as malhas de transportes para aumentar a competitividade e isto envolve alocação de mais recursos e um novo modelo de concessões que está para ser apresentado.

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Como prioridade está reduzir de 66% a avaliação de ruim e péssima das rodovias federais para 20% ao final do atual mandato em 2026.

Outros pontos focais miram as PPPs (parcerias público-privadas) e celeridade em mais de mil contrato de obras espalhadas pelo Brasil.

Conforme explicou o ministro, muitas obras pararam ou estão em baixa velocidade pelos limites impostos pelo teto de gastos que estrangulou o orçamento. Devem ter como foco de conclusão as obras: BR 116 (Rio Grande do Sul), BR 101 (Rio Grande do Norte até o Sul do país), BR 158 e BR 242 (Mato Grosso), 364 (Rondônia e Acre) e a BR 230 (Transamazônica).

Na entrevista é dito que a manutenção das rodovias deve consumir grande parte dos investimentos e que a falta de previsibilidade de recursos nos últimos seis anos (governos Temer e Bolsonaro) ocasionou problemas de execução nas obras.

Nesse ponto, o secretário-executivo do ministério, George Santoro, e a secretária de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, indicam que a imprevisibilidade quanto aos recursos neste período intensificou a degradação das rodovias uma vez que intervenções que deixam de ser feitas no momento correto geram um gasto até quatro vezes maior, pois a deterioração cresce, assim como os custos e o número de acidentes ocasionados.

A reportagem revela que entre 2019 e 2022 (governo Bolsonaro) foram aportados de R$ 26,8 bilhões em transportes ao se somar valores federais, estaduais e municipais. Para as rodovias, onde a maior parte dos R$ 70 bilhões serão destinados pelo governo Lula, pois a maior parte das ferroviais são feitas com investimentos privados, a soma de valores foi de 20,6 bilhões. Os dados são da Consultoria Internacional de Negócios (Inter.B).

*Com informações Valor Econômico

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