Macron propõe lei para arcar prejuízos em meio a protestos contra violência policial

O governo francês ainda não divulgou uma calendário mais detalhado sobre o programa. Mais de 3,5 mil pessoas foram detidas desde o começo das manifestações.

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As manifestações contra a violência racial da polícia francesa completaram nesta terça (4) uma semana. Hoje, o presidente Emmanuel Macron anunciou que vai apresentar uma lei para reparar os danos bilionários ocasionados pelos protestos.

As mobilizações começaram na terça passada, após o jovem Nahel Merzouk, de 17 anos, ser assassinado com um tiro à queima-roupa pela polícia de Nanterre, na periferia de Paris.

Os protestos são considerados os mais impactantes desde os “coletes amarelos”, em 2019, e se espalharam rapidamente pela França. No último balanço do Ministério do Interior, 3.500 pessoas foram presas e 12.200 carros foram incendiados, além dos danos provocados em 1.100 imóveis.

O prejuízo para o sistema de transportes parisiense chega a 20 milhões de euros. Ao menos 39 ônibus foram incendiados.

Nesta terça, Macron realizou uma reunião com 200 prefeitos e disse que o “auge” das manifestações tinham ficado para trás. O presidente francês prometeu aos políticos ajuda financeira para recuperar os danos.

“Vamos apresentar uma lei de urgência para reduzir os prazos, para ter um procedimento acelerado”, disse Macron. Apesar da promessa, no entanto, o governo francês não informou o cronograma para o encaminhamento da lei.

Autoridades devem aprovar ainda hoje a liberação de um fundo de ajuda de 20 milhões de euros (R$ 104,5 milhões) para custear os reparos, que incluem, pelo menos, uma centena de prédios públicos danificados.

A oposição à Macron acusa o governo de perder a capacidade de manter a segurança pública e de reduzir as desigualdades econômicas no país. A explosão de violência espelha as constantes tensões sociais e raciais nas periferias das grandes cidades francesas.

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