Meta contínua de inflação, por Paulo Nogueira Batista Jr.

Veja a análise do economista sobre a decisão do ministro Haddad de mudar o regime de metas para a inflação do ano-calendário para uma meta contínua de médio prazo.

Imagem: reprodução/Google

O economista Paulo Nogueira Batista Jr., em vídeo publicado no Youtube, apresenta uma análise sobre a recente alteração no regime de metas adotada pelo governo brasileiro onde “passou-se de um regime de metas em que a meta tem que ser cumprida nos anos calendários, para um regime de meta contínua de inflação.” Ao contrário de alguns “críticos progressistas”, Paulo Nogueira considera positiva a decisão do ministro Haddad de mudar o regime de metas para a inflação do ano-calendário para uma meta contínua de médio prazo.

Uma das críticas levantadas é o porquê fazer valer a nova regra, que é mais flexível, só a partir de 2025; e porquê manter a meta de inflação, considerada baixa demais, de 3% ao ano, no novo regime de meta contínua”. Nogueira concorda que seria mais adequado estabelecer um prazo maior para a vigência do regime de meta contínua ou até mesmo aumentar um pouco a taxa de inflação para 4%, por exemplo.

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Apesar dessas críticas,Nogueira ressalta que houve um avanço importante com a adoção do regime de meta contínua. Nesse novo modelo, o Banco Central não fica restrito a um período específico determinado pelo ano calendário, mas passa a buscar atingir a meta ao longo de um tempo no médio prazo, sem uma definição precisa desse prazo. Isso confere ao Banco Central uma considerável margem de flexibilidade, o que não existia no regime anterior e é uma característica presente em importantes bancos centrais, como o dos Estados Unidos e da Europa.

Segundo Nogueira, o Brasil deu um passo na direção do que é adotado em grande parte do mundo ocidental, onde a abordagem do ano calendário ou um regime representado de metas específicas para a preservação é substituído por metas de prazo médio mais indeterminadas. Essa flexibilidade permite que o Banco Central opere com maior capacidade de adaptação a eventos inesperados, levando em consideração a limitação da capacidade de previsão dos economistas.

“É muito flexível e a flexibilidade é bem-vinda. Qualquer capacidade de previsão dos economistas é muito deficiente. Então o regime mais flexível dá ao governo caso ao Banco Central a possibilidade de operar com mais capacidade de adaptação a eventos inesperados.”

Assista abaixo.

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Edição: Bárbara Luz

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